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Brasil

Economistas dizem como nomeiam a atual crise pela qual passa o Brasil

A Folha perguntou a seis economistas qual seria a melhor definição para a crise atual. Todos acreditam que vivemos uma recessão profunda.

Da Redação do Diamante Online

04/03/2016 às 20:38 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O Brasil sofre de uma doença econômica séria, cujos principais sintomas são recuo da produção de bens e serviços, inflação elevada e desemprego em alta. Mas que enfermidade é essa? A economia, como a medicina, dá nome às suas mazelas.

A Folha perguntou a seis economistas qual seria a melhor definição para a crise atual. Todos acreditam que vivemos uma recessão profunda.

Para alguns, ela já evoluiu para sua versão agravada: a depressão. Há consenso entre eles que, seja recessão, seja depressão, a crise está acompanhada de um fenômeno raro que é a alta continuada nos preços, mesmo após uma queda no consumo. Outro ponto em relação o qual os economistas concordam é que, sem ações rápidas do governo, a situação pode se agravar ainda mais.

"Trata-se de uma profunda recessão, de estagflação, pois o modelo econômico não gera crescimento, com potencial de virar uma depressão se um caminho adequado não for adotado logo - Armínio Fraga - sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do BC (1999-2002)

"A atual crise é uma profunda recessão, que pode evoluir para uma depressão caso perdure o impasse político que impede a implementação de reformas que apontem para a redução de gastos públicos - Otaviano Canuto - representante do Brasil no FMI e ex-vice-presidente do Banco Mundial

"Com dois anos de queda do PIB dessa magnitude [2015 e 2016], está com cara de depressão –uma forte variação negativa combinada com dados ruins do balanço das empresas e da inadimplência - Luiz Gonzaga Belluzzo - professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica (1985-87)

"Estaríamos mais próximos de uma estagflação, mas, dado que esta crise tem efeitos prolongados, podemos dizer que é um longo período de recessão ou baixo crescimento, pois o Brasil não voltará a crescer em 3 a 5 anos - Mailson da Nóbrega - sócio da consultoria Tendências e ex-ministro da Fazenda (1987-1990)

"Vivemos uma longa e profunda recessão com inflação elevada. Podemos enfrentar difíceis reformas ou continuar a optar pelo populismo com ajuste cosmético e mergulhar em uma crise ainda mais aguda - Marcos Lisboa - presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica (2003-05)

"Estamos em uma recessão profunda, que ruma para uma depressão –uma recessão com características de continuidade. É pouco comum ao combinar-se com inflação alta, que realimenta o processo recessivo - Carlos Geraldo Langoni - Sócio da Projeta Consultoria e ex-presidente do BC (1980-83)

Folha

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