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Brasil

Partidos doam R$ 16 milhões na largada da campanha municipal

Recursos estão concentrados nos candidatos que têm mais chances de vencer

Da Redação do Diamante Online

23/08/2016 às 20:21 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Na largada da primeira campanha municipal com proibição de doações de empresas, os partidos abriram os cofres para socorrer os candidatos. As primeiras prestações de contas publicadas pelo Tribunal Superior Eleitoral mostram que as direções nacionais e estaduais das legendas distribuíram 16,6 milhões de reais em recursos públicos, oriundos do Fundo Partidário, a 220 candidatos a prefeito e a vereador.

Essa distribuição foi altamente concentrada: apenas 23 candidatos receberam 3 de cada 4 reais do dinheiro que saiu do Fundo Partidário. Com recursos limitados, as siglas estão canalizando as doações para os candidatos que consideram mais importantes, ou que têm mais chances de vencer. O poder nas máquinas partidárias também influencia na distribuição das verbas: detentores de cargos eletivos, como deputados e candidatos à reeleição, praticamente monopolizam os recursos do fundo.

No ranking dos doadores, o PRB aparece em primeiro lugar, com 3,758 milhões de reais. A maior parte desse dinheiro foi direcionada para seus candidatos no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente Marcello Crivella (1,145 milhão de reais) e Celso Russomanno (750.000 reais) – candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto na capital paulista.

A seguir estão o PR, que repassou 2,69 milhões de reais, o DEM (2,105 milhões de reais) e o PSDB (2,043 milhões de reais). O PT, líder em arrecadação nas eleições mais recentes, encaminhou apenas 590.000 reais do Fundo Partidário a seus candidatos até o momento, o que o deixou na nona colocação no ranking.

Além de repassar recursos do Fundo Partidário, algumas legendas estão atuando como intermediárias de doações de pessoas físicas. Cerca de 2 milhões de reais foram distribuídos dessa maneira até o momento. Metade dessa quantia foi intermediada pelo PMDB para um único candidato: Pedro Paulo Carvalho Teixeira, que concorre a prefeito do Rio. Foram 23 doações de pessoas físicas ao partido, totalizando pouco mais de 1 milhão de reais pelo PMDB, que depois foram repassadas para o peemedebista.

Em São Paulo, além de Russomanno, outros candidatos que receberam recursos do Fundo Partidário foram o tucano João Doria e o petista Fernando Haddad. Doria recebeu 500.000 reais do PSDB. Além disso, usou recursos próprios: fez uma doação de 200.000 reais para sua campanha.

Haddad (PT), candidato à reeleição, recebeu no total 292.000 reais. A maior doação partiu da direção municipal do PT (267.400 reais), sendo que 250.000 reais vieram do Fundo Partidário e o restante de pessoas físicas que doaram para o partido.

Marta Suplicy (PT) teve como principal doador o empresário José Isaac Peres (200.000 reais). Em segundo lugar, aparece Marcio Correa de Toledo, marido da candidata, empatado com o advogado José Yunes, assessor informal do presidente Michel Temer. No total, ela arrecadou 380.000 reais até o momento.

Estadão

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