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Brasil

Juiz e advogada trocam insultos em audiência

O magistrado chegou a ser alvo de protestos, com um agricultor fazendo greve de fome acampando em frente à sede do TJMT, em Cuiabá.

Da Redação do Diamante Online

24/01/2018 às 12:45 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O juiz afastado Paulo Martini chamou a advogada Luciana Koslowski Nazzari de incompetente durante uma audiência na Justiça do Trabalho de Sinop, a 503 km de Cuiabá, nesta terça-feira (23). Em seguida, como consta da ata da audiência, a advogada o xingou de corrupto.

A advogada registrou um boletim de ocorrência contra o magistrado, na Polícia Civil.

O magistrado admitiu ter chamado Luciana de incompetente. Ela está brava porque perdeu uma ação contra mim e depois entrou contra o meu filho. Falei: a senhora é incompetente, já perdeu a primeira ação e vai perder a segunda, daí ela deu chilique e me chamou de corrupto, afirmou.

Luciana disse ter solicitado a saída dele da sala de audiência, pois o processo não é contra ele e porque o magistrado já tinha causado confusão outras vezes.

A audiência em que houve confusão era referente a um processo trabalhista no qual o filho de Martini é réu e que tem Luciana como advogada da outra parte.

Paulo Martini foi condenado em 2016 por venda de sentença. Luciana afirmou que essa é a terceira vez que o juiz a enfrentou. Anteriormente, segundo ela, a reclamação trabalhista era contra ele, mas o magistrado alegou que a culpa era do filho dele e então ela entrou com uma ação contra o filho.

A briga consta na ata da audiência, lavrada pelo juiz Pedro Lima Nascimento, da 1ª Vara do Trabalho de Sinop.

O senhor Paulo Martini presente na sessão de audiência interviu em discussão entre a advogada do autor e o réu aqui presente chamando-a de ‘incompetente’ ao que acusado pela referida advogada de corrupto, diz trecho da ata.

Mais confusão

Na saída, em frente ao prédio da Justiça do Trabalho, houve confusão.

Em frente à Justiça do Trabalho, ele começou a me chamar de incompetente, me chamou de vagabunda por mais de 10 vezes, chamei ele de corrupto e ele disse que me daria um tiro. Ele esta me ameaçando desde a primeira audiência, dizendo que sabia onde eu morava, disse a advogada.

Segundo ela, os seguranças do local presenciaram a cena. A polícia chegou a ser acionada, mas não houve detenção.

Paulo Martini nega ter xingado a advogada de vagabunda do lado de fora do prédio.

Processo trabalhista

Sobre o processo trabalhista, Luciana explicou que o cliente dela trabalhou na fazenda da família do magistrado e sofreu um acidente de trabalho.

Ele não tinha registro na carteira de trabalho e, depois que sofreu o acidente em um cavalo, não consegue mais fazer esforço com o braço.

Não consegue receber benefício do INSS porque a contribuição não era recolhida pelo empregador e teve que parar de trabalhar, disse.

Uma audiência entre as partes foi marcada o dia 17 de setembro deste ano, às 14h30.

Condenação

Sobre a condenação do TJMT, que o afastou do cargo, o magistrado disse já ter protocolado seis recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Conforme a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), que embasou a decisão, Martini cobrou R$ 7 mil e um trator, cujo valor estimado era de R$ 30 mil, para proferir decisões em caráter liminar a um advogado em ações de busca e apreensão.

O magistrado chegou a ser alvo de protestos, com um agricultor fazendo greve de fome acampando em frente à sede do TJMT, em Cuiabá.

Ele nega ter cometido qualquer crime e alega ter sido vítima de perseguição.

Por G1

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