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Brasil

Habeas Corpus de Lula será julgado nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal

Voto da ministra Rosa Weber pode ser decisivo diante do impasse do julgamento

Da Redação do Diamante Online

02/04/2018 às 14:28 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Nesta quarta-feira (04), o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar o habeas corpus preventivo do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. O mesmo quer utilizar o habeas corpus para evitar sua prisão após condenação pela segunda instância da Justiça Federal no caso do tríplex do Guarujá (SP).

O pedido de liberdade de Lula, deve ser abordado neste julgamento, pelos 11 ministros que compõem a Corte. A audiência foi iniciada no dia 22 de março, quando o ex-presidente ainda tinha um recurso pendente de julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre.

A sessão de plenária do primeiro dia de julgamento, que durou cinco horas, foram dedicadas somente à discussão sobre o cabimento ou não do habeas corpus de Lula, que acabou sendo aceito por sete votos a quatro. Naquele momento, foi concedido, por seis votos a cinco, uma liminar ao ex-presidente para garantir sua liberdade até a análise final do habeas corpus, no dia 4 de abril.

A questão a ser discutida pelo plenário do Supremo será a possibilidade de execução provisória de pena por condenado em segunda instância, mesmo que ainda existam recursos contra a condenação pendentes de análise em tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o próprio STF.

 As expectativas estarão voltadas em grande medida para o voto da ministra Rosa Weber, que é contra a execução provisória de pena, mas que por outro lado tem respeitado, ao longo dos últimos dois anos, o entendimento que prevalece até o momento no STF, de permitir a prisão de condenados mesmo que ainda caibam recursos a instâncias superiores.

O voto de Rosa Weber pode ser decisivo diante do impasse existente na Corte, pois cinco ministros defendem e aplicam monocraticamente a tese de que condenados em segunda instância só devem começar a cumprir pena após o acórdão judicial não se pode mais recorrer e quando se encerram todos os recursos possíveis. São eles Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e o decano, Celso de Mello.

Os demais ministros, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Luiz Fux, têm até agora se posicionado a favor de que o condenado possa ser preso quando se esgotam as apelações em segunda instância. A expectativa é de que mantenham a posição e votem contra o habeas corpus preventivo de Lula.

A presença de Gilmar Mendes também pode ser decisiva para Lula no julgamento, pois o ministro votou favoravelmente ao ex-presidente na aceitação do habeas corpus, no dia 22, mas por uma questão de agenda, pode não estar presente na apreciação do mérito do pedido de liberdade.

Após receber o salvo-conduto do STF, Lula teve seu último recurso na segunda instância, um embargo de declaração, negado pelo TRF-4. Com isso, o julgamento do habeas corpus no STF tornou-se a última chance para que o ex-presidente consiga garantir o direito de continuar recorrendo em liberdade às instâncias superiores contra sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, determinada em junho do ano passado pelo juiz Sérgio Moro e confirmada em janeiro deste ano pelo TRF-4.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente disse que pretende protocolar mais um embargo de declaração no TRF4, contra a rejeição do primeiro embargo de declaração, tipo de recurso que prevê esclarecimentos de uma decisão, mas não mudança de sentença judicial. 

O TRF-4 tem negado rapidamente esse tipo de recurso sucessivo, por ser considerado protelatório.

A possibilidade de expedição de mandado de prisão por Moro dependeria, então, do encerramento do trâmite do processo no TRF- 4 e de negativa do STF ao pedido de habeas corpus preventivo no julgamento desta quarta-feira.

Agência Brasil

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