Após vitória "com méritos", Schülle dá o recado: "Vamos em busca da vaga"

A vitória do Botafogo-PB sobre o Fortaleza, nessa quarta-feira, embolou o Grupo D da Copa do Nordeste e renovou as esperanças do Belo de brigar palmo a palmo por uma vaga na próxima fase. Depois de largar atrás nas primeiras rodadas e só somar seu primeiro ponto no terceiro jogo, o time paraibano agora está empatado com o próprio Fortaleza e com o River, todos três pontos abaixo do líder Sport. O cenário ainda não é dos mais favoráveis - até porque River e Sport têm um jogo a menos (se enfrentam nesta quinta-feira) -, mas já foi o suficiente para fazer o técnico Itamar Schülle repetir diversas vezes a palavra "classificação" durante a entrevista coletiva pós-jogo. O treinador segue confiando na possibilidade de levar o time ao mata-mata.

Mantendo o discurso ponderado e destacando que o caminho até a vaga nas quartas de final ainda é bem complicado, Schülle não escondeu a alegria e o orgulho pela vitória de ontem sobre o Fortaleza. Mesmo jogando em casa, o Botafogo-PB viu o Leão sair na frente logo aos dois minutos de bola rolando e, apesar disso, teve tranquilidade para virar o jogo ainda no primeiro tempo e segurar a vitória até o fim. Apresentação que, na avaliação do treinador alvinegro, traduz bem a qualidade do seu elenco.

• Foi uma grande atuação em cima de uma grande equipe. E o Botafogo teve uma postura digna de uma equipe que não venceu por acaso, venceu com méritos. Eu estou feliz por comandar este grupo e agradeço a eles pelo empenho, pela luta. E a gente tem que manter a humildade, o trabalho. Este é um grupo muito bom, os que jogam, os que ficam no banco - elogiou.
  
  O jogo começou parecendo que seria a despedida do Belo na competição. No segundo minuto de bola rolando, em uma jogada rápida, Anselmo abriu o placar para o Fortaleza. Aí o Botafogo-PB precisou colocar a bola no chão, tranquilizar os ânimos e jogar futebol. Para fazer a sua melhor atuação no Nordestão até aqui. Até empatar com Magno Alves aos 32 minutos e virar com Muller cinco minutos mais tarde.

E na opinião de Itamar Schülle, em todos os momentos, o Belo soube jogar coletivamente, investindo em seus pontos positivos e se aproveitando das falhas do Fortaleza.

• Acho que o time teve um comportamento tático muito bom, de fechar os espaços, de explorar os espaços que o adversário nos proporcionou. Foi uma equipe que teve a consciência e a maturidade de fazer isso e teve também a personalidade de, com o placar adverso, não perder o equilíbrio, a concentração, que são coisas que a gente conversa muito no dia a dia e orienta muito os atletas. Eles tiveram essa leitura, essa consciência. E temos que seguir. Na vitória, não se pode acomodar, esmorecer. Temos que continuar trabalhando muito, crescendo a cada dia.

A classificação de momento no Grupo D mostra o Sport na liderança, com sete pontos, e River, Fortaleza e Botafogo-PB empatados com quatro. Sport e River se enfrentam na noite desta quinta-feira, fechando a quarta rodada. Se os pernambucanos vencerem, abrem seis pontos à frente dos concorrentes e, com apenas duas rodadas a serem jogadas, ficariam dependendo de um empate para assegurar a classificação como primeiro do grupo. Vale lembrar que apenas o primeiro colocado de cada uma das cinco chaves garante a vaga nas quartas de final. Os outros três classificados serão os três melhores segundos colocados de cada grupo.

Pela Copa do Nordeste, o Belo volta a campo na próxima quinta-feira, quando recebe o River no Almeidão. Antes disso, o time joga no sábado, contra o Santa Cruz de Santa Rita, pelo Campeonato Paraibano, no qual lidera o Grupo B.

Confira outros trechos da entrevista com Itamar Schülle:

Importância do apoio do torcedor:

O torcedor está de parabéns. Eu estou muito feliz. O torcedor veio, aplaudiu, incentivou. E, como eu sempre digo, o torcedor não entra em campo, mas a palavra de apoio, sem dúvida, faz com que o atleta muito cansado busque mais força, tenha um pouco mais de entrega para corresponder àquele incentivo que vem das arquibancadas.

Pênalti não marcado e gol anulado:

No segundo tempo, quando o Belo já vencia por 2 a 1, dois lances geraram alguma discussão. Primeiro, em jogada de escanteio do Botafogo-PB, Plínio mandou de cabeça para as redes, mas a arbitragem já marcava falta de Marcelo Xavier e anulou o gol. Minutos mais tarde, Janeudo recebeu de Jefferson Recife e, dentro da área, foi derrubado por Bruno Melo. Os jogadores alvinegros pediram pênalti, mas o árbitro José Reinaldo mandou seguir.

O pênalti foi claro. Não tem como você dizer que não foi pênalti. Vocês (imprensa) podem comentar melhor que eu. No gol, o bandeira (Esdras Mariano) correu para o centro; não sei se vocês viram. Eu não sei o que aconteceu para ele anular o gol. Não quero afirmar algo que vocês tenham visto de maneira diferente. Eu vi o gol, não vi nada de irregular, vi o bandeira dando o gol e o juiz anulando. Mas o pênalti... Não tem como a gente dizer: "Poxa, não foi pênalti".

Confiança na classificação:

Eu acho que o torcedor do Botafogo jamais desacreditou porque ele tem visto a luta, o trabalho e a dedicação de todos. Então, quando existe isso, ninguém pode dizer que não vai dar certo. Às vezes você cai, tropeça... Num jogo ou noutro, não faz uma grande atuação, mas quando você tropeça e cai, não fica caído; você ergue e vai de novo. Se cair, levanta de novo. Se cair, levanta de novo. E aqui é assim. Somos um grupo em formação. Ao contrário do Fortaleza, que tem 70% ou mais do elenco junto há dois anos. O nosso é um grupo novo.