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Cartão de débito ganha preferência na hora do consumidor pagar

Cerca de 70% dos gastos registrados são feitos com dinheiro em espécie

Da Redação do Diamante Online

15/03/2016 às 23:56 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O cenário de crise econômica do País impulsionou o uso do cartão de débito como novo hábito de controle do consumidor brasileiro. Além disso, lojistas também começaram a ver o débito como alternativa para corte de gastos e caixa rápido, afirmam especialistas.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso do cartão de débito apresentou mais de 490 milhões de transações ante as 436 milhões do cartão de crédito em setembro de 2015.

No mesmo período, o valor transacionado nessas operações alcançou os R$ 31,7 bilhões no cartão de débito, ante R$ 53,5 bilhões no cartão de crédito.Os números, no entanto, apesar de aparecerem em queda em relação ao mês de agosto de 2015, mostram um aumento na comparação com igual mês de 2014, sendo um acréscimo de 11,2% na quantia transacionada no débito e, de 4,1% com relação ao crédito.

Segundo Aldo Mendes, diretor de política monetária do Banco Central (BC), esse crescimento do cartão de débito ante o crédito tem sido visto desde 2013.”O instrumento eletrônico de pagamento tem um potencial gigantesco num País em que a inclusão é um grande desafio”, afirmou o executivo.

Ele ainda ressaltou que os meios eletrônicos de pagamento, em geral, também ganharam maior espaço no mercado e que, além de maior segurança e eficiência, gera também uma redução nos custos do governo e que, por isso, o BC está “apoiando sempre a redução do uso de dinheiro”.

Em dados de um estudo realizado pela Visa, cerca de 70% dos gastos registrados são feitos com dinheiro em espécie.”Imprimir dinheiro é caro, há uma dificuldade orçamentária para fazer dinheiro. É muito caro tratar o meio circulante”, destacou o diretor do BC.

Para Vitor França, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a alta na utilização do débito pode sinalizar uma mudança no hábito do consumidor brasileiro.”Dado que a gente ainda tem uma crise, a tendência é que esse hábito persista ao longo de 2016. Como as pessoas estão tentando não se endividar e, por isso, cortando as compras de bens duráveis, que é onde há a maior presença do crédito, esses setores estão presenciando uma queda mais forte nas vendas e isso também reflete no resultado do débito. Além disso, o conservadorismo do consumidor ainda tende até a aumentar por conta dos reflexos da crise, então para aqueles que deixam o dinheiro em casa ou até para as pequenas compras do dia a dia, o cartão de débito passa a ser mais forte”, avalia o economista.

Paraíba Total

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