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Deputados trocam socos em briga dentro do Parlamento de Uganda
Os deputados trocaram socos e chutes, com alguns usando pedestais de microfones como armas, e ao menos duas deputadas tiveram que ser carregadas para fora do salão após desmaiarem
Da Redação do Diamante Online
28/09/2017 às 16:58 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
Congressistas brigaram dentro do parlamento de Uganda pelo segundo dia nesta quarta (27) durante uma polêmica discussão para alterar a Constituição e permitir que o presidente Yoweri Museveni concorra à reeleição após completar 75 anos.
Os deputados trocaram socos e chutes, com alguns usando pedestais de microfones como armas, e ao menos duas deputadas tiveram que ser carregadas para fora do salão após desmaiarem, segundo um jornalista da Reuters que estava no local.
Ao menos 25 deputados que se opuseram à emenda constitucional para prolongar o mandato de Museveni foram expulsos por ordem do presidente da sessão por terem se envolvido em uma briga na terça. Todos os outros deputados que os apoiavam também deixaram o local.
Depois que a calma retornou, o representante do partido governista Raphael Magyezi apresentou a polêmica proposta que autoriza o parlamento a elaborar uma lei que elimina o limite de idade para candidatos à presidência.
A moção foi aprovada, disse à Reuters o diretor de comunicações do parlamento Chris Obore, acrescentando que Magyezi teria cerca de um mês para submetê-la à primeira leitura na Câmara.
Sob a atual Constituição, há um limite de 75 anos para que um candidato possa ser eleito no país do leste africano.
Isso torna Museveni, que tem 73 anos e está no poder desde 1986, cada vez mais acusado de autoritarismo e de fracassar em coibir a corrupção, desqualificado para buscar a reeleição na próxima votação, em 2021. Remover o limite de idade eliminaria essa barreira.
A proposta, ecoando passos de outros veteranos líderes africanos que evitam limites legais em seus mandatos, encontrou grande resistência dos ativistas de direitos humanos, partidos de oposição, líderes religiosos e mesmo alguns membros do partido de Museveni.
As primeiras trocas de soco surgiram no parlamento em Kampala na terça, levando o regulador de comunicações em Uganda a banir transmissões ao vivo de eventos que “incitassem o público”.
“Insegurança pública”
Em um comunicado na quarta, a Comissão de Comunicações de Uganda disse que estações de rádio e TV deveriam parar de transmitir ao vivo eventos que estão “incitando o público, discriminando, estimulando o ódio, promovendo a cultura da violência...e que provavelmente criam insegurança pública”.
Nenhuma emissora exibiu a sessão de quarta, mas algumas postaram clipes da briga em seus perfis no Twitter.
Por Reuters
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