Corrupção derruba gestões e traz caos a cidades da Grande JP

A população de algumas cidades da Região Metropolitana de João Pessoa está passando por situações difíceis. Tudo isso por causa de inúmeros casos de corrupção envolvendo seus atuais e antigos gestores. O caso da vez foi o do município de Cabedelo. Nessa terça-feira (3), o prefeito, o vice e o presidente da Câmara de Vereadores foram presos. Além deles, houve mais oito prisões.

Já em Santa Rita, o presidente da Câmara de Vereadores foi afastado nesta terça-feira (3) após o plenário da Casa acatar uma série de denúncias contra ele. A cidade passou por momentos conturbados nas últimas gestões, com trocas repetidas de prefeitos antes das eleições de 2016.

Outra cidade que também está no foco das investigações contra corrupção é Bayeux. Nesta quarta-feira (4), a Câmara de Vereadores irá votar o parecer que pede a perda do mandato do prefeito afastado, Luiz Antônio (PSDB). Vale lembrar que Luiz Antônio foi eleito vice-prefeito e assumiu após o afastamento de Berg Lima (sem partido), por suspeitas de também cometer irregularidades. Atualmente, quem comanda a cidade é o presidente da Câmara, o vereador Noquinha (PSL).

Já no Conde, a ex-prefeita do município, Tatiana Correa, foi presa no dia 6 de março, apontada por cometer lavagem de dinheiro e ter causado prejuízo de R$ 620 mil ao município. Além dela, também foi preso o ex-procurador do Município, Francisco Cavalcante Gomes.

Por que tanta corrupção?

Para o advogado Rodrigo Rabello, professor universitário e mestre em Constituição e Garantia de Direitos, não há um grande e único fator que venha a influenciar essa suposta e idealizada capa da invisibilidade que os gestores de municípios da Grande João Pessoa pensam ter. Em verdade, possivelmente vários fatores concorrem para tal, comentou.

De acordo com Rodrigo Rabello, há nessas cidades, economias relativamente grandes, por se situarem próximas à Capital, em detrimento de populações proporcionalmente menores. O município de Cabedelo, por exemplo, possui uma alta arrecadação de IPTU e, em contrapartida, uma menor quantidade de habitantes, além dos eleitores (reais fiscais da gestão).

A proximidade com a Capital também gera uma maior proximidade da população com o aparato público do Estado, o que gera a ilusão de uma boa prestação de serviços públicos municipais, quando, muitas vezes, são serviços prestados pelo Estado, comentou.

Uma outra hipótese apresentada pelo professor, e nesse caso não é exclusividade das cidades da Região Metropolitana de João Pessoa, é a ausência de real vinculação entre o gestor e o Município que está à frente.

Ou seja, não raro os mesmos se candidatam em municípios em que não possuem qualquer vinculação histórica, cultural, familiar… Utilizando o Município e sua estrutura com finalidade eleitoreira que acaba desaguando na interferência da vontade particular, explicou.

Por fim, Rodrigo Rabello, afirmou que não há como se identificar uma única causa para os desmandos que estão tristemente ocorrendo nas cidades ao redor da Capital, cumpre, sim, ao cidadão o dever de fiscalizar constantemente, realizar denúncias aos órgãos competentes e fazer a diferença na hora do voto.