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Policial

Delegado de defraudações alerta contra golpe da Mandala; Assista

Os que fazem parte desse tipo de corrente podem se enquadrar no crime de estelionato

Da Redação do Diamante Online

15/01/2017 às 12:08 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Desde o final do ano passado, um “esquema miraculoso” de “investimento” tem aparecido em grupos de WhatsApp e também em redes sociais por todo o Brasil.

O nome parece novo, “Mandala”, mas a ideia é antiga, sendo um tipo de pirâmide financeira, onde quem entra paga uma quantia para quem está em um nível acima.

Com variações no nome como “Mandala da Prosperidade”, “Mandala do Dinheiro”, “Investimento Mandala” e outros, e valores que variam entre 100 e 1500 reais para cada participante, a prática tem se espalhado principalmente nas localidades mais periféricas das grandes cidades.

O delegado de defraudações da Polícia Civil da Paraíba, Lucas Sá, alertou em reportagem veiculada pelo Jornal da Paraíba, sobre o que há por trás da modalidade.

Os que fazem parte desse tipo de corrente podem se enquadrar no crime de estelionato, artigo 171 do Código Penal.

O crime está tipificado em uma lei antiga, a 1521, de 26 de dezembro de 1951, que fala dos crimes contra a Economia Popular. Em seu artigo 2º, no inciso IX, a lei diz que constitui crime contra a economia popular, com punição de 6 meses a até 2 anos de detenção, “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardismo” e quaisquer outros equivalentes)”.

O fato é que qualquer sistema deste tipo, popularmente chamado de “pirâmide”, acaba sendo rentável apenas para quem inicia a mesma, já que o sistema quebra se não houver novos entrantes. No caso da “Mandala”, são 8 pessoas que devem entrar no sistema para que o primeiro receba o total prometido e saia do mesmo. Então, cada pessoa precisa de 8 novas pessoas. Não é difícil saber que isso não tem como ser sustentável, já que o primeiro precisa de 8 pessoas, cada uma destas 8 pessoas precisa de mais 8, o que joga para 64 o número total, depois 512, depois 4.096, depois 32.768 (o que já é maior que a quantidade de habitantes de grande parte dos municípios brasileiros).

Os últimos grandes sistemas de pirâmides no Brasil foram o TelexFree, que deixou milhares de pessoas no prejuízo, enquanto enriqueceu um número ínfimo, e o BBom, este em menor escala.

Não existe mágica em economia, nem como multiplicar por oito seu dinheiro em pouco tempo. Não se deixe enganar.

PolêmicaPB

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