Menu
Policial

Eike, Cabral e Adriana Ancelmo viram réus na Operação Eficiência

Outras seis pessoas também vão responder ao processo, que é um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro

Da Redação do Diamante Online

11/02/2017 às 13:45 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e mais sete pessoas viraram réus nesta sexta-feira (10) no Rio de Janeiro na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato, após o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, aceitar denúncia do Ministério Público Federal contra os acusados.

Além de Eike e Cabral, também viraram réus no caso a mulher do ex-governador do Rio, Adriana Ancelmo; Wilson Carlos, ex-secretário de Governo; Carlos Miranda, suspeito de ser operador do esquema; Flávio Godinho, ex-sócio de Eike, Luiz Arthur Andrade Correia, Renato Chebar e Marcelo Chebar, apontados como operadores financeiros no esquema.

O G1 procurou os advogados de defesa de Cabral, Adriana Ancelmo, Eike Batista, Flávio Godinho, Carlos Miranda e Wilson Carlos e, até as 20h30, nenhum deles atendeu as ligações. As defesas de Luiz Arthur Correia e de Renato e Marcelo Chebar não foram encontradas.
Na decisão, o juiz Marcelo Bretas aceitou a denúncia oferecida nesta sexta-feira pelo MPF dos nove acusados por cinco crimes.

Esta é a segunda vez que Cabral e a mulher dele, Adriana Ancelmo, se tornam réus na Operação Lava Jato. Em dezembro, o ex-governador e a ex-primeira-dama viraram réus em Curitiba, após decisão do juiz federal Sérgio Moro.

Eike é acusado de cometer dois crimes de corrupção ativa e um de lavagem de dinheiro. Já Cabral foi denunciado por dois atos de corrupção passiva, dois de lavagem de dinheiro, além de um de evasão de divisas.

Segundo os procuradores, a pena de Eike pode chegar a 44 anos e a de Cabral a 50, caso eles sejam condenados por todos crimes denunciados. A legislação brasileira, porém, limita o cumprimento de pena a 30 anos.

Réus na Operação Eficiência

  • Sérgio Cabral, ex-governador do Rio: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas

  • Adriana Ancelmo, mulher de Cabral: corrupção passiva e lavagem de dinheiro

  • Wilson Carlos, ex-secretário de Governo: corrupção passiva e lavagem de dinheiro

  • Carlos Miranda, suspeito de ser operador do esquema : corrupção passiva e lavagem de dinheiro

  • Eike Batista, empresário: corrupção ativa e lavagem de dinheiro

  • Flávio Godinho, ex-sócio de Eike: corrupção ativa e lavagem de dinheiro

  • Luiz Arthur Andrade Correia: lavagem de dinheiro

  • Renato Chebar, operador financeiro: lavagem de dinheiro e evasão de divisas

  • Marcelo Chebar, operador financeiro: lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Na última quarta (8), a Polícia Federal tinha indiciado 12 pessoas na Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio. Mas nem todas elas foram denunciadas pelo MPF. Entre as que ficaram de fora, estão os operadores Luiz Carlos Bezerra e Sérgio de Castro Oliveira, a ex-mulher de Cabral, Susana Neves Cabral, e o irmão de Cabral, Mauricio de Oliveira Cabral Santos.
As investigações continuam e mais pessoas ou crimes ainda podem ser denunciados pelo MPF.

O que diz a denúncia

O MPF investiga dois pagamentos suspeitos feitos por Eike Batista ao ex-governador. O primeiro deles, de US$ 16,5 milhões, se refere a um contrato falso de intermediação da compra de uma mina de ouro. Outro, revelado nesta sexta, seria de R$ 1 milhão a ex-primeira dama e mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo. O escritório de advocacia dela teria recebido a propina numa simulação de prestação de serviços através da EBX, uma das empresas do conglomerado do empresário.

De acordo com os procuradores, ainda não é possível dizer quais negócios de Eike foram favorecidos por causa dos repasses ao grupo do ex-governador.

O pagamento a Adriana Ancelmo foi feito por meio de transferência bancária. Segundo os investigadores, advogados que trabalhavam no escritório dela há anos disseram que jamais haviam prestado serviço para a empresa de Eike.

Em operação de busca e apreensão no escritório, também não foram encontrados documentos relativos à EBX, segundo o Ministério Público Federal do Rio.

Adriana Ancelmo está presa desde 6 de dezembro do ano passado, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. A prisão é a mesma onde está o marido. Ela foi detida na Operação Calicute suspeita de lavar dinheiro e ser beneficiária do esquema de corrupção comandado por Cabral.

Desde que foi preso, em 30 de janeiro deste ano, Eike Batista já foi levado duas vezes a prestar depoimento à Polícia Federal, mas segundo seu advogado, Fernando Martins, ele se manteve calado, reservando-se o direito de falar apenas em juízo. Ainda segundo Martins, o empresário disse apenas que desconhecia o repasse de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Cabral.

G1

Anúncio full