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Policial

Mãe e padrasto são suspeitos de matar menino enforcado

Renato, então, esperou amanhecer e depois teria levado o corpo para um matagal perto da oficina

Da Redação do Diamante Online

23/05/2017 às 08:00 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Um mecânico, que preferiu não se identificar, disse ao G1 que ajudou a carregar uma caixa de papelão sem saber que dentro estava o corpo do menino Antônio Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, morto ao ser enforcado por um lençol. Segundo a Polícia Civil, a mãe da criança, Geane da Silva de Oliveira, de 27 anos, e o companheiro dela, Renato Carvalho Lima, de 20, foram presos suspeitos do crime, ocorrido em Goiânia.

O rapaz, de 19 anos, afirmou que chegava na oficina onde trabalha, localizada no Setor Nunes de Morais, no sábado (20), onde encontrou Renato, cuja mãe morava em um imóvel no segundo andar do estabelecimento.

"Quando cheguei, vi o Renato arrastando uma caixa do depósito. Aí ele pediu ajuda para colocar a caixa nas costas dele. Estava bem pesada, mas não perguntei o que era nem senti cheiro diferente. Ele saiu e não o vi mais. Eu nunca imaginei", disse o mecânico, que foi contratado há cerca de uma semana.

Segundo as investigações, o crime foi cometido na noite de sexta-feira (19). Renato, então, esperou amanhecer e depois teria levado o corpo para um matagal perto da oficina. Ao ser preso, segundo a polícia, ele confessou que cometeu o crime a pedido de Geane.

O dono da oficina, Edilson Brito da Silva, disse que a mãe de Renato morava no sobrado há cerca de dois anos. Ele também viveu com ela, mas se mudou a cerca de quatro meses. Ambos gozavam da confiança do proprietário e tinham livre acesso ao local.

"No sábado, também o vi saindo de dentro da oficina com a caixa. Ele disse que eram coisas velhas e que estava jogando fora. É complicado... saber que um inocente foi morto. Também sou pai. Nunca tinha suspeitado dele, era um rapaz muito calado", afirmou.
Falso sequestro

Conforme a apuração policial, no domingo (21), o casal foi à Central de Flagrantes simulando que precisava de ajuda para localizar o menino. A mulher relatou que o filho havia sido sequestrado quando estava com o padrasto. Ela afirmou que quatro homens em um carro os abordaram.

A mulher contou ainda que o menino foi levado por conta de uma dívida do companheiro dela, de R$ 1,6 mil. Ela deu ainda detalhes dos indivíduos, como as roupas que eles usavam. A mãe contou também que chegou a conseguir juntar metade do valor, mas como os sequestradores não entraram em contato, ela foi à polícia.

Porém, os policiais encontraram contradições nos depoimentos. Depois, o jovem acabou confessando o assassinato.

O delegado Valdemir Pereira, responsável pelo caso, disse que deve ouvir novas testemunhas na tarde desta segunda-feira (22), mas não revelou quem são.

O corpo de Antônio está no Instituto Médico Legal (IML) à espera da liberação por parte de familiares.

Vizinhos chocados

O casal e a criança estavam morando juntos em um barracão no Setor Vila Luciana há cerca de dois meses. Os dois trabalham em um supermercado localizado em no Residencial Eldorado, um setor vizinho. Ele era estoquista e ela, operadora de caixa.

Os vizinhos ficaram chocados com a notícia. Segundo uma dona de casa, que preferiu não se identificar, que eram comuns os desentendimentos entre a jovem e o garoto.
"Estou assustada. Ela xingava muito ele de "satanás", mandava ele calar a boca. Ela era um pouco estranha, não tinha amizade com ninguém", conta.

A também dona de casa Maria Alves, que também mora na mesma rua, se desesperou ao saber do que havia ocorrido. "Meu Deus, conversei com o menino esses dias. Ele adorava jogar bola e brincar com cachorrinho dele. Que judiação", lamentou.

G1BR

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