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Política

Há projeto de captura do Estado por segmentos religiosos, diz Toffoli

Para o ministro, não há previsão para o chamado abuso de poder religioso, mas a Justiça Eleitoral precisa agir para evitar a mistura entre política e religião

Da Redação do Diamante Online

11/03/2016 às 13:58 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli afirmou nesta quinta-feira (10) que não se pode negar que "há projeto de captura do Estado por determinado segmentos religiosos".

Para o ministro, não há previsão para o chamado abuso de poder religioso, mas a Justiça Eleitoral precisa agir para evitar a mistura entre política e religião.

"Temos que refletir que, na realidade brasileira, não podemos negar que há sim projeto de captura do Estado por determinados segmentos religiosos. Não podemos aqui, sendo um Tribunal Superior Eleitoral, dizer que desconhecemos. Não podemos dizer que desconhecemos as realidades de que seja candidato a presidente, senador, deputado, governador, vereador, vão atrás de comunidades religiosas [e dizem]: "o que vocês querem para me apoiar o que eu posso dar para vocês?" Pra ficar no tipo das ideias", afirmou.

Segundo Toffoli, não se pode negar que há segmentos religiosos que são donos de meio de comunicação, como rádios e televisão com alto nível de audiência. O ministro afirmou que, por ele, estaria tudo autorizado, mas que os juízes precisam seguir as leis, que impõem limites.

Toffoli disse ainda que não se pode misturar religião e política. "Não [podemos] abrir fresta para que isso possa ocorrer. Não vamos abrir essa fresta porque é muito perigosa. Quer debater política? Leva no salão da paróquia, no salão da igreja, leva em outro horário. Se não pode levar o cartaz, pode levar a pessoa [no ato religioso]?", afirmou.

O TSE começou a discutir ação que trata de inelegibilidade do senador Ivo Cassol (PP-RO), em relação às eleições de 2010. Ele teria participado de ato religioso que teria participação de 10 mil pessoas e teria custado R$ 80 mil. Um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes suspendeu a análise do caos.

Folha de São Paulo

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