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Política

Paraíba: articulações para 2018 vão esquentar após o Carnaval

No PSB, a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia, para a disputa é dada como certa.

Da Redação do Diamante Online

28/02/2017 às 14:05 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

A máxima de que as coisas só começam a funcionar, no Brasil, depois do Carnaval assume contornos maximizados na Paraíba. Me explico melhor. Depois do período momesco ganharão força não as articulações políticas não para este ano, mas para 2018. Assim como gato escaldado tem medo de água fria, 2016 mostrou que deixar as coisas para última hora é prenúncio de derrota vexatória. Que o diga o PSB do governador Ricardo Coutinho, que de tantas idas e vindas, viu sua candidata naufragar na disputa da prefeitura de João Pessoa ainda no primeiro turno.

Durante as prévias carnavalescas e ainda sob o efeito da receptividade das primeiras idas ao interior, o presidente do PSD de João Pessoa, Lucélio Cartaxo, disse que o grupo que apóia o irmão dele, o prefeito Luciano Cartaxo, vai se reunir para traçar metas visando 2018. Irmãos gêmeos, eles poderão se dividir na visita a cidades paraibanas. Lucélio é confundido com Luciano sem que precise ser apresentado como tal. O radar das alianças inclui manter PSDB e PMDB na base para a disputa das eleições. O prefeito quer disputar o governo e trabalha para isso.

No PSB, a indicação do presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia, para a disputa é dada como certa. Mesmo assim, o governador socialista Ricardo Coutinho tem muitos pontos ainda a fechar e tem ouvido o partido a esse espeito. O primeiro ponto é se será ou não candidato ao Senado, em 2018. Se for, terá que se afastar do cargo em abril, abrindo espaço para que Lígia Feliciano (PDT) assuma o cargo. Daí surge a grande desconfiança. No cargo, ela terá todas as condições de disputar a sucessão ou negociar uma composição com outro grupo. Jogo aberto.

O resultado de toda esta pendenga é que Coutinho tem bradado aos quatro ventos que não deixará o governo se não sentir que o cargo que ele representa está seguro. A análise casa com a pressão dos colegas de partido. O presidente estadual da sigla, Edvaldo Rosas, verbalizou o que é discutido dentro do partido. A maioria vê perigo em um eventual afastamento do governador. Caso Ricardo deixe o cargo, terá que dar adeus à máquina pública e ao “exército” de servidores que vão às ruas pedir votos para os candidatos do PSB.

A situação de Cássio Cunha Lima (PSDB) não é mais cômoda. Apesar da disposição de reeditar a aliança vencedora em 2016, que garantiu Luciano Cartaxo em João Pessoa e Romero Rodrigues (PSDB) em Campina Grande, não cessam as pressões por uma candidatura do senador ao governo. Auxiliares próximos dizem que a tendência é ele disputar a reeleição, mas o quadro vai depender do que se apresentar no cenário daqui até 2018. Se Cartaxo não decolar, o tucano poderá disputar a eleição.

O caso do PMDB é emblemático. Sem a força acumulada em quase três décadas, o partido corre risco de derrota fragorosa em 2018. O partido comandado pelo senador José Maranhão não tem mais uma liderança incontestável e está dividido entre os grupos simpáticos ao projeto de Manoel Júnior, de fortalecer a aliança tríplice com PSD e PSDB, e os que querem o alinhamento com o projeto de Ricardo Coutinho. Este segundo grupo é liderado pelo deputado federal Veneziano Vital do Rêgo e o senador Raimundo Lira.

O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, vem articulando reuniões mensais com as presenças de Cássio, Maranhão e Cartaxo. Esse trabalho será intensificado após o Carnaval. Já Ricardo Coutinho nomeou aliados de Veneziano e do deputado estadual Nabor Wanderley. O partido vive uma DR (discutindo a relação) eterna. O senador José Maranhão deve convocar uma reunião da Executiva para depois do Carnaval. Até 2018, muita água vai rolar por baixo da ponte.

O debate sobre as alianças está apenas começando…

Jornal da Paraíba

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