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Saúde

Vacina contra dengue só deve ser aplicada em quem já teve a doença

Pessoas que não tiveram contato com o vírus da dengue devem evitar a vacina Dengvaxia até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita orientação diferente

Da Redação do Diamante Online

11/12/2017 às 13:19 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

As pessoas que não tiveram contato com o vírus da dengue devem evitar a vacina Dengvaxia (primeira vacina contra a dengue registrada no Brasil) até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita orientação diferente. Esse foi o alerta da diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa-PB), Maria Eunice Kehrle dos Guimarães.

A recomendação, conforme Maria Eunice, tem base em Nota Informativa divulgada pela Anvisa, em seu site oficial, segundo a qual, “neste momento e, até que os dados sejam avaliados, a Anvisa recomenda que a vacina Dengvaxia não seja administrada em indivíduos soronegativos, ou seja, sem exposição prévia ao vírus da dengue”.

Segundo a Nota Informativa comentada pela diretora-geral da Agevisa-PB, a Dengvaxia teve seu registro concedido pela Anvisa no dia 28 de dezembro de 2015, sendo a vacina registrada com indicação de prevenção da doença causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 do vírus da dengue em indivíduos com 09 a 45 anos de idade que moram em áreas endêmicas.

O registro da vacina foi baseado em ensaios clínicos realizados em vários países, sendo que estudos de Fases 02 e 03 foram conduzidos também no Brasil. Os dados iniciais, conforme a nota da Anvisa, indicaram benefício para a população geral, sendo este maior em indivíduos com exposição prévia ao vírus da dengue (soropositivos). Para os indivíduos soronegativos (pessoas que não tiveram dengue) foi demonstrado, no momento do registro, um benefício menor, mas sem risco aumentado de reações adversas graves.

Após a concessão do registro sanitário, ainda segundo a Nota Informativa da Anvisa, a empresa conduziu ensaios adicionais para avaliação da relação benefício-risco em cada subpopulação de indivíduos (soropositivos e soronegativos).Os resultados obtidos foram apresentados à Anvisa no dia 27 de novembro de 2017. Os dados indicaram que, após cinco anos da administração da vacina, permanece positivo o benefício da vacinação na população geral e em indivíduos previamente soropositivos.

Para indivíduos previamente soronegativos, entretanto, verificou-se que depois de trinta meses após a 1ª dose da vacina ocorre uma elevação do risco de exacerbação da doença, com aumento de casos de dengue severa e hospitalização, ficando este risco acima daquele verificado para indivíduos soronegativos que não receberam a vacina, embora os dados ainda não sejam conclusivos.

O risco de agravamento da dengue em pessoas que não tiveram a doença e tomaram a vacina, conforme os dados apresentados à Anvisa, “é traduzido em cinco casos de hospitalização para cada 1.000 indivíduos soronegativos vacinados e em dois casos de dengue severa para cada 1.000 indivíduos soronegativos vacinados”. Tais dados, de acordo com a Nota Informativa da Anvisa, precisarão ser confirmados pela continuidade dos estudos em andamento.

Diante da seriedade do assunto, além da Nota Informativa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou que a bula do produto fosse alterada para informar sobre o risco aumentado de hospitalização e dengue severa em indivíduos soronegativos. A determinação foi atendida, e a bula alterada está disponível no bulário eletrônico da Anvisa, com a digitação do nome da vacina (Dengvaxia) no local indicado.

Portal Correio

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