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Sertão

Estudo identifica mais de 200 lixões na Paraíba; Vale do Piancó com 10% desse montante

O estudo também alertou que a produção de chorume, emissão de gases contribuem para o aumento do efeito estufa

Da Redação do Diamante Online

10/06/2017 às 09:07 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Um levantamento feito por uma pesquisa coordenada pelo curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), constatou que a Paraíba conta atualmente com 200 lixões e que a maior parte está localizada no interior da caatinga. Foram identificadas menos 16 espécies da flora.

O estudo também alertou que a produção de chorume, emissão de gases contribuem para o aumento do efeito estufa e os organismos adaptados aquelas condições que, geralmente, detêm potencial adverso à saúde humana.

“Dentro dessa pesquisa foram identificados vários impactos ambientais negativos, como a infiltração do chorume no solo, a poluição dos corpos aquáticos, compactação e poluição do solo, poluição visual, presença de animais e desvalorização imobiliária do entorno. Tudo isso poderia ser evitado se a Lei 12.205/2010 que trata do fim dos lixões estivesse sendo cumprida", disse a professora Mônica Maria Pereira da Silva, que integra o Grupo de Extensão e Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental (GGEA).

“A desativação de um lixão deve ser acompanhada de um plano de recuperação, o que demanda sobretudo o conhecimento da vegetação adaptada a este tipo de ambiente, por isso observamos esses efeitos no bioma caatinga”, explica a professora Mônica Maria.
Degradação do solo

Conforme a pesquisa, apesar dessas condições de degradação do solo, foram identificadas 16 espécies da flora distribuídas em oito famílias. Desse total, sete são reconhecidas como nativas da caatinga (marmeleiro, jurema, macambira, palmatória, pereiro, facheiro, xique-xique,) e nove são exóticas, mas naturalizadas (algaroba, algodão de seda, malva, urtiga, mussambê, charuteira, mamona, pinhão bravo e pinhão roxo).

Recuperação lenta

Ainda de acordo com as observações feitas, à medida que essas espécies se estabeleceram provocaram mudanças essenciais para a recuperação daquele ambiente, principalmente em relação a paisagem e a regeneração do solo da Caatinga.

“A promoção da conservação da biodiversidade da caatinga não é uma ação simples. Ela requer superação de grandes obstáculos. A desativação de um lixão não significa que o problema foi solucionado. A destruição da natureza ocorre com rapidez, mas a sua recuperação é lenta”, afirma a professora

A caatinga

O bioma caatinga é exclusivamente brasileiro. Compreende uma área de 850.000 km², representando 70% do Nordeste brasileiro, 11% do território nacional e 92% da Paraíba. Possui aproximadamente 28 milhões de habitantes. A região detém uma importante biodiversidade, com registro de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas.

G1PB

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