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Vale do Piancó

Há um ano, a despedida do humorista Shaolin, filho do Vale do Piancó

Nascido em Coremas no Vale do Piancó, “Shaolin” começou sua trajetória artística em Campina

Da Redação do Diamante Online

15/01/2017 às 12:32 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Há um ano falecia num hospital de Campina Grande o humorista Francisco Jozenilton Veloso (Shaolin), que ganhou projeção nacional e se apresentou em diferentes programas de televisão no eixo Rio-São Paulo. Ele tinha 44 anos de idade e a causa-mortis foi parada cardiorrespiratória. Shaolin havia sido vitimado por um acidente automobilístico em 2011, que o deixou sem movimentos do corpo. Ao longo dos anos, passou a recuperar alguns poucos movimentos e se comunicava com a família através do olhar e por leves expressões faciais. Mas vivia em coma permanente.

A apresentadora Ana Hickmann, da TV Record, deslocou-se de São Paulo a Campina Grande, levando equipamentos que pudessem contribuir para a recuperação da saúde do humorista. O quadro, no entanto, havia se tornado irreversível. Nascido em Coremas no Vale do Piancó, “Shaolin” começou sua trajetória artística em Campina, onde foi morar, ainda criança, com a família, desafiando dificuldades financeiras. Foi atrás de empregos para sobreviver e antes de completar 18 anos já havia passado por uma agência de propaganda e se tornado cartunista oficial do jornal A Palavra, editado pelo jornalista Marcos Marinho. “Ele fez o humor paraibano alcançar outro patamar a nível nacional”, depõe o humorista cajazeirense Cristovam Tadeu.

Foi no final da década de 80 que Shaolin ganhou notoriedade com imitações de pessoas ilustres do cenário paraibano. O jornalista e dramaturgo Astier Basílio, em depoimento sobre Shaolin, afirmou: “Ele me chamou a atenção por fugir do roteiro. Naquele tempo era comum se fazer imitação de personalidades do eixo-Rio São Paulo”. Shaolin imitava políticos que se defrontaram na eleição ao governo da Paraíba – Antônio Mariz e Wilson Braga, este vitorioso na disputa de 1982. Em pouco tempo, conquistou a mídia nacional. De partida, obteve espaços em programas como A Praça é Nossa, Programa da Eliana, Show do Tom, O Melhor do Brasil, Domingão do Faustão. Retornou, então, à TV Record, onde sua carreira já consolidada ganhou ainda mais destaque.

Cristovam Tadeu recorda que Shaolin tinha uma outra grande qualidade: era muito generoso. “Não apenas fez o seu trabalho com competência como também abriu espaço para mim e para outros artistas paraibanos da arte do riso”, acrescentou. Um filho de Shaolin, Lucas Veloso, envolveu-se em atividades artísticas por inspiração do pai. Ainda lúcido, Shaolin deu força ao filho para seguir sua intuição e sua vocação. Além de enveredar pelo humorismo, Lucas diversificou o universo de sua atuação. Ele foi um dos destaques da novela Velho Chico, recentemente apresentada pela TV Globo e que culminou em tragédia com a morte, por afogamento, nas águas do rio São Francisco, do ator Domingos Montagner, uma espécie de “partner” de Camila Pitanga no enredo do folhetim. Lucas impressionou pela performance e extraiu elogios de artistas famosos. Ele se mantém em evidência sem perder a fidelidade às origens nem o culto à memória do pai.

Nonato Guedes

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