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Brasil

Empresários criticam superministério da Economia anunciado por Bolsonaro

Para Robson Andrade, o próximo governo tem o desafio "incontornável" de recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento econômico e social. Para isso, segundo ele, o país precisa ter uma indústria forte.

Da Redação do Diamante Online

31/10/2018 às 13:06 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

BRASÍLIA E SÃO PAULO - O setor industrial brasileiro reagiu com surpresa e preocupação à notícia de que o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC)será incorporado por um superministério formado pelas pastas da Fazenda e do Planejamento . Isso porque alguns dias antes da eleição, uma comitiva de empresários que esteve na residência do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, saiu de lá com a certeza que o órgão seria preservado.


Em nota, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reiterou que a entidade é contrária à extinção do MDIC e advertiu que a excessiva concentração de funções em um único ministério reduzirá a atenção do próximo governo a temas cruciais para as empresas brasileiras.

- Tendo em vista a importância do setor industrial para o Brasil, que é responsável por 21% do PIB nacional e pelo recolhimento de 32% dos impostos federais, precisamos de um ministério com um papel específico, que não seja atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as contas públicas - afirmou Andrade, acrescentando que a indústria gera cerca de 10 milhões de empregos no país e é responsável por 51% das exportações nacionais.


Para Robson Andrade, o próximo governo tem o desafio incontornável de recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento econômico e social. Para isso, segundo ele, o país precisa ter uma indústria forte.

- Nenhuma grande economia do mundo abre mão de ter um ministério responsável pela indústria e pelo comércio exterior forte e atuante - disse.

O presidente da CNI destacou, ainda, que, desde a crise de 2008, aumentou o número de países com ministérios específicos e estratégias industriais. A Inglaterra, por exemplo, voltou a incluir um dos seus órgãos estatais voltados para temas empresariais — seu nome é Departamento para os Negócios, Energia e Estratégia Industrial.

Ele também citou os Estados Unidos, que são tidos como referência de liberalismo econômico. Ressaltou que as autoridades americanas empreendem uma política industrial ampla e consistente, com um Departamento de Comércio que foi reforçado pelo governo Donald Trump para, justamente, cumprir essa função.

O Globo

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