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Brasil

Homem abre fogo dentro de Catedral de Campinas (SP) e deixa mortos e feridos

Ao menos cinco pessoas morreram, entre elas o atirador que se matou

Da Redação do Diamante Online

11/12/2018 às 20:42 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Um homem armado invadiu a Catedral Metropolitana de Campinas, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo, e atirou contra as pessoas que assistiam a uma missa por volta de 13h desta terça-feira, 11 de dezembro. Cinco pessoas morreram, entre elas o próprio atirador, que se matou com um tiro, de acordo com a polícia. Outras quatro pessoas ficaram feridas.

O atirador foi identificado pela polícia como o analista de sistemas Euler Fernando Gandolfo, de 49 anos, nascido em Valinhos. Segundo o delegado José Henrique Ventura, responsável pelo caso, diz que a CNH dele foi localizada dentro de uma mochila. O homem não tinha antecedentes criminais, apenas dois boletins de ocorrência que ele registrou como vítima, uma delas de perseguição. "Era uma pessoa fora de qualquer suspeita em circunstâncias normais", afirmou o delegado. Segundo ele, ainda não há pistas sobre a motivação do crime, que começará a ser investigado agora.

 A Catedral Metropolitana de Campinas fica em uma região central da cidade, muito movimentada no horário do almoço, quando acontecia a missa. Um vídeo do circuito interno da Catedral, divulgado pela polícia, mostra que o atirador chegou sozinho ao local. Ele disparou pelo menos dois cartuchos com 11 balas cada um. Outros dois cartuchos não foram utilizados e estavam dentro do bolso. A polícia chegou a entrar em confronto com atirador que levou um tiro nas costas. “Sem a intervenção da polícia a matança seria maior”, disse o delegado. As imagens mostram que alguns fiéis ainda estão sentados quando o homem levanta, de um banco do lado esquerdo, e começa a disparar em direção a pessoas que estão nos bancos a sua frente. Alguns caem. Uma correria começa do lado direito da igreja e ele passa a alvejar as pessoas deste lado. Algumas pessoas conseguem fugir por uma porta, mas um homem cai. O atirador, então, se dirige lentamente em direção a ele, enquanto manuseia a arma parecendo trocar o cartucho. Depois, se aproxima e parece disparar quase à queima roupa, na pessoa caída. Em seguida, o criminoso sai do alcance da câmera, em direção aos fundos da igreja, enquanto dois policiais entram pela frente. Depois não é mais possível ver o que acontece.

"Estamos consternados com essa situação", afirmou o monsenhor Rafael Capelato, pároco da Catedral, em coletiva de imprensa nesta tarde. "A missa acontece 12h15 diariamente. Encerrada a missa desta tarde, com a maior parte dos fiéis tendo saído da Igreja, aconteceu o episódio desse rapaz atirar em pessoas que ainda estavam orando na Igreja", contou ele. A igreja foi isolada pela polícia. No final desta tarde, ainda há marcas de sangue no chão de uma das vítimas que foi atingida pelo atirador e conseguiu sair da Catedral. Dezenas de pessoas estão concentradas na praça em frente ao local.

O aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos, estava no local quando os disparos começaram. “A missa tinha acabado de terminar quando esse homem que estava a uns seis bancos de distância apontou para um casal por trás e começou a atirar. Minha reação foi de fuga, saí correndo e escutei pelo menos 15 tiros. A polícia chegou muito rápido”. Pra mim não era direcionado àquele casal, ele queria mesmo uma chacina. Tinha muita gente de meia idade”, disse o aposentado.

 O padre Amauri Ribeiro Thomazzi, que realizou a missa logo antes do crime, publicou um vídeo em seu perfil pessoal no Facebook em que relata, emocionado, os acontecimentos dentro da Catedral de Campinas. Segundo o pároco, o autor dos disparos atirou mais de 20 vezes.

Dois dos feridos foram levados para o Hospital Municipal Mário Gatti, um para o Hospital de Clínicas da Unicamp e outro no hospital Beneficência Portuguesa. De acordo com a polícia, apenas uma das pessoas permanece no hospital.

A Prefeitura de Campinas se manifestou por meio de nota. "O prefeito Jonas Donizette está estarrecido com o brutal crime e dedica suas orações às vítimas e suas famílias. Continuaremos mobilizados acompanhando os acontecimentos", afirma a nota. Em entrevista à CBN, o prefeito afirmou que além de duas armas, o atirador carregava munição extra, que não conseguiu utilizar. “Poderia ter aumentado o número de vítimas. É uma tarde de dor pra Campinas ... mostra um pouco o retrato complexo da nossa sociedade”, disse Donizette.

Não é a primeira vez que a cidade é palco de uma chacina recente de grande repercussão nacional. Nas últimas horas de 2016, o técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, 46 anos, invadiu uma festa de ano novo armado com duas pistolas e matou sua ex-mulher, o filho de 8 anos e mais 10 pessoas. Depois, ele se matou com um tiro na cabeça.

El País

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