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Brasil

Bolsonaro aciona Moro para ouvir porteiro que o associou a suspeito de morte de Marielle

O presidente afirmou que o porteiro pode ter se equivocado ou que o delegado pode ter inventado um depoimento e mandado o porteiro assinar.

Da Redação do Diamante Online

30/10/2019 às 13:19 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Irritado, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (30) que está conversando com o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) para que a Polícia Federal colha um novo depoimento do porteiro que associou o presidente ao principal suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.

"Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez", disse Bolsonaro em Riade, capital da Arábia Saudita.

O presidente  afirmou não saber quem é o porteiro citado em reportagem da TV Globo nesta terça-feira.

Segundo a reportagem do Jornal Nacional, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, disse em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro que, no dia do assassinato, um dos suspeitos se dirigiu até o conjunto de casas onde vive o presidente, horas antes do crime.

Ao porteiro, o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz teria dito que iria à casa de número 58 — que pertence ao presidente. 

Ao recebê-lo na guarita, o porteiro teria ligado na casa 58 para confirmar se o visitante poderia entrar, e alguém na residência autorizou a entrada do veículo, um Renault Logan. Em dois depoimentos à Polícia Civil do RJ, o porteiro disse ter reconhecido a voz de quem atendeu como sendo a do "Seu Jair", segundo o Jornal Nacional.

Uma vez dentro do condomínio, ele não foi à casa de Bolsonaro, segundo a testemunha: ele dirigiu até o imóvel 66. É onde mora Ronnie Lessa, acusado de fazer os disparos que mataram Marielle e Anderson.

"O porteiro ou se equivocou, ou não leu o que assinou. Pode o delegado ter escrito o que bem entendeu e o porteiro, uma pessoa humilde, ter assinado embaixo", disse Bolsonaro a jornalistas na Arábia Saudita. 

"Nós sabemos que (porteiros) são pessoas humildes, que quando são tomadas depoimento, sempre ficam preocupadas com algo. O porteiro está sendo usado pelo delegado da Polícia Civil, que segue ordens do Sr. Witzel governador."

O advogado do presidente da República, Frederick Wassef, disse que é impossível Bolsonaro ter falado com Élcio ao interfone — o presidente estaria em Brasília no dia da morte de Marielle, conforme registro de votações da Câmara dos Deputados e vídeos postados por Bolsonaro nas redes sociais.

Naquele dia, Bolsonaro também postou vídeos em suas redes sociais. Nas gravações, ele aparece dentro de seu antigo gabinete de deputado federal, na Câmara, e em outro local do Congresso, de acordo com a reportagem do JN.

Pessoas ligadas à investigação disseram ao Jornal Nacional que Élcio e Ronnie deixaram o condomínio minutos depois da entrada do primeiro; mas estavam no carro de Ronnie. Em seguida, embarcaram no carro usado no crime num local próximo ao condomínio, ainda segundo investigações.

ClickPB

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