Gasolina já é vendida a quase R$ 10 em postos do Brasil

O preço da gasolina voltou a subir em Fernando de Noronha. Considerado um dos mais caros do Brasil, o litro do combustível passou de R$ 9,39 para R$ 9,66. O novo valor está sendo cobrado desde domingo (31/10).

O aumento mais recente de combustíveis foi anunciado na segunda (25) pela Petrobras. Segundo a empresa, o reajuste de 7% começou ser repassado para as distribuidoras, no dia seguinte.

De acordo com Rafael Coelho, diretor da empresa que administra o único posto de Noronha, a situação ainda poderia ser pior.

“O Nosso aumento foi de 2,87%, o mínimo possível, diante dos 7% repassados pela Petrobras. O diesel não foi carregado, portanto não tivemos reajuste”, afirmou Coelho. Na ilha, o litro do óleo diesel segue por R$ 7,65.

Rafael Coelho informou, ainda, que o contrato de cessão do posto indica que os combustíveis podem ser comercializados em Noronha por um valor 70% superior aos preços praticados no Recife. O estabelecimento é da Administração da Ilha e gerenciado pela empresa Ecopostos.

Nos cálculos do responsável pelo posto, se o contrato fosse seguido à risca, o valor da gasolina em Noronha deveria ser R$ 10,50.

“O custo marítimo está perto de R$ 2, por litro. Nós temos também alguns custos terrestres, que chegam perto de R$ 0,20, por litro”, explicou o diretor do posto.

O g1 procurou a Administração de Fernando de Noronha para saber como foi calculado o percentual de 70% de acréscimo do valor de referência do continente, mas até a última atualização desta matéria não obteve reposta.

Reclamações

Os consumidores sabem do custo extra de transporte do combustível do continente para a ilha, mas em todos os aumentos as reclamações se multiplicam.

“É a gasolina mais cara do Brasil. Até o fim do ano, vai passar dos R$ 10, com certeza. Eu coloco R$ 200 não dá para circular um dia”, declarou o radioamador Carlos Marenga.

O custo dos taxistas com abastecimento é elevado. “Eu gasto, por mês, entre R$ 4 mil e R$ 4,5 mil. A cada aumento, o meu rendimento cai um pouco”, disse o motorista Júlio Carvalho.

“Por dia, gasto R$ 150. Por mês, são R$ 4,5 mil. Nossa tabela está defasada há quatro anos. Quando fecho todas as despesas, fico devendo. Está complicado”, afirmou o taxista Alex Marconi.