Educação
Enem durante pandemia coloca Brasil na contramão da tendência mundial
Diante do coronavírus, maioria dos países adiou exames de acesso à universidade.
Da Redação do Diamante Online
09/05/2020 às 12:47 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21
A insistência do governo Jair Bolsonaro em manter as datas do Enem, apesar da pandemia de coronavírus e do fechamento de escolas, vai na contramão do ocorre no mundo.
A maioria dos países adiou exames de acesso à universidade, como é o caso do Enem. Só 5 países, entre 19 com provas similares, mantiveram o cronograma, segundo levantamento do Instituto Unibanco com nações de todos os continentes.
A preocupação com a manutenção do Enem envolve o risco de agravamento das desigualdades educacionais. Todas as redes estaduais de ensino, que concentram mais de 80% dos alunos de ensino médio no país, interromperam aulas. Como estudantes mais pobres enfrentam maiores dificuldades para estudar com as escolas fechadas, terão menores chances no Enem.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior no país. A aplicação em papel está prevista para os dias 1º e 8 de novembro, e as provas digitais, para 22 e 29 de novembro. Com datas mantidas, as inscrições serão abertas na segunda-feira (11) e vão até 22 de maio.
De 19 países com exames de acesso à universidade, similares ao Enem, 10 já adiaram ou cancelaram suas provas: China, Estados Unidos, Espanha, Irlanda, Malásia, Polônia, Rússia, Singapura, Gana e Colômbia (para partes das escolas, na região norte). A prova foi substituída por outra forma de avaliação na França e Reino Unido, e a situação segue indefinida na Finlândia e Itália.
Apesar de cada país ter calendário escolar e panorama da doença diversos, a perda de aulas por causa do fechamento de escolas —e o prejuízo dos alunos— está no centro das preocupações da maioria dos países.
Os Estados Unidos, por exemplo, mudaram o cronograma do SAT (sigla em inglês para teste de aptidão escolar), e algumas universidades já retiraram a exigência do exame. Na China, o Gaokao —maior exame de admissão do mundo— foi adiado por um mês e será realizado em julho.
É a primeira vez desde 1977 que essa prova é adiada nacionalmente. Já a decisão para uma nova data do exame russo só será tomada após o fim do recesso escolar de maio.
Alemanha, Japão e Colômbia (para parte das escolas, do sul do país) mantiveram as provas. Também houve manutenção no Chile e no Egito, mas os exames nesses países terão adaptações para exigir apenas conteúdos de anos anteriores ou já abordados antes do fechamento da escola.
Folha de S. Paulo
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