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Esportes

Relação entre Flamengo e R10 custa cerca de R$ 30 milhões ao clube

Rubro-Negro desembolsou mais de R$ 10 mi

Da Redação do Diamante Online

19/02/2016 às 12:21 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Após 1358 dias (três anos e oito meses), Flamengo e Ronaldinho Gaúcho chegaram a um entendimento jurídico, e o clube pagará R$ 17 milhões ao atleta. Em 31 de maio de 2012, uma liminar concedida por juiz da 9ª vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) desvinculou R10 do Rubro-Negro, de quem cobrava R$ 40 milhões - posteriormente pediu mais R$ 15 milhões por danos morais. A conta foi fechada nesta quinta-feira, e, definidos os números, conclui-se que o Fla gastará cerca de R$ 30 milhões pelos 17 meses em que o craque vestiu vermelho e preto.

No início de fevereiro de 2012, a Traffic, empresa de marketing esportivo parceira do clube na contratação do astro e responsável pelo pagamento de R$ 750 mil mensais em direitos de imagem, pulou fora do barco sob o argumento de que o Flamengo não havia entregado a propriedade da camisa para a captação de patrocinadores e de que também não teria permitido que controlassem o programa de sócio-torcedor.

A essa altura, a Traffic devia seis meses (R$ 4,5 milhões) a Ronaldinho. A então presidente Patrícia Amorim resolveu assumir a parte que cabia à empresa. O Fla anunciou ainda em fevereiro o pagamento do débito de R$ 4,5 mi e garantiu que todas as dívidas com o craque estavam liquidadas. Assim, chegava-se à seguinte conta: R$ 3,5 milhões em salários computados na carteira de trabalho (R$ 250 mil diluídos em 13 meses e mais o 13º), outros R$ 3,25 mi em luvas (R$ 250 mil mensais) e mais os R$ 4,5 mi devidos pela Traffic. Somados os R$ 11,25 milhões aos R$ 17 milhões que o Rubro-Negro terá de pagar, o gasto flamenguista com o jogador é fechado em R$ 28,25 milhões.

Discordância após saída da Traffic

Tão logo que foi rompida a parceria com a Traffic para o pagamento de salários de Ronaldinho Gaúcho, muitos diretores, entre eles o então vice de finanças Michel Levy passaram a considerar absurda a continuidade do atleta na Gávea. Levy negou-se, inclusive, a assinar os novos termos do contrato. Correntes políticas rubro-negras apostam que Patrícia Amorim lutou por R10 pois não queria perder força num ano eleitoral no qual atuava em duas frentes: tentava se reeleger vereadora e presidente do Flamengo. Além disso, um mês antes o clube já perdera Thiago Neves para o Flu.

A partir daí, com o Flamengo comprometido a pagar R$ 1,25 milhão por mês a Ronaldinho, os atrasos se tornaram constantes, e o caldo entornou.
Constrangimentos já eram uma constante na parte final da passagem de R10 pelo clube. Em novembro de 2011, o craque negou-se a participar de ação da Procter & Gamble, patrocinadora viabilizada pela 9Nine de Ronaldo Fenômeno. Em 2012, levou mulher para a concentração do time na pré-temporada em Londrina, ganhou queda de braço contra Vanderlei Luxemburgo e chegou a treinar sem condições algumas vezes. Recebeu uma advertência assinada pelo então vice de futebol Paulo César Coutinho por faltas e atrasos a treinamentos. Outros dirigentes eram contrários à notificação, mas Coutinho bancou. O documento, aliás, somado a outros relatórios, foi fundamental para o clube virar o jogo na questão do dano moral, já que também se considerou lesado pela indisciplina do jogador.

Além dos citados, há o famoso episódio em que Assis, irmão e empresário do craque, foi à loja oficial do clube e levou camisas para descontar da dívida rubro-negra.
Resultados esportivos

Ronaldinho Gaúcho não brilhou com a camisa do Flamengo, mas foi importante na campanha do Brasileiro 2011, que levou o clube à Libertadores do ano seguinte. Terminou a temporada como artilheiro da equipe - posto dividido com Deivid e Thiago Neves -, com 21 gols. Além disso, no primeiro semestre, marcou o gol do título da Taça Guanabara, na vitória por 1 a 0 sobre o Boavista, e acabou como campeão carioca de forma invicta.

Globo Esporte

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