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Há exatos 24 anos Fifa realizava o Mundial de Clubes no Brasil; veja como foi o torneio vencido pelo Corinthians
Torneio foi o primeiro a contar com clubes de todos os continentes, e teve o Corinthians como campeão.
Da Redação do Diamante Online
06/01/2024 às 02:00 | Atualizado em 16/03/2025 às 02:14
O Campeonato Mundial de Clubes da FIFA de 2000 foi a primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, o campeonato mundial de clubes para times de futebol masculino. A competição pioneira foi realizada no Brasil entre os dias 5 a 14 de janeiro, com partidas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A competição foi vencida pelo Corinthians, do Brasil, que conquistou o título na final disputada contra o Vasco da Gama, também do Brasil.
Foi a primeira competição de clubes organizada pela FIFA, que pretendia substituir os antigos torneios intercontinentais, o que, na prática, acabou por ocorrer somente em 2005. Participaram do certame oito equipes, sendo duas da América do Sul, duas da Europa, uma da América do Norte, uma da África, uma da Ásia e uma da Oceania.
A primeira partida do Mundial de Clubes aconteceu no Estádio do Morumbi, e foi vencida pelo clube espanhol Real Madrid. Nicolas Anelka marcou a primeiro gol da história do Mundial de Clubes, enquanto o goleiro do Corinthians, Dida, garantiu o primeiro baliza a zero do torneio. A final do Mundial reuniu um público de 73 000 espectadores no Estádio do Maracanã. Após um empate no tempo regulamentar e prorrogação em 0-0, o título foi decidido na disputa de pênaltis, em que o Corinthians venceu por 4 a 3.
De acordo com a FIFA, o Mundial custou em torno de US$ 50 milhões.[3] Os direitos de transmissão foram vendidos por US$ 40 milhões, enquanto outras sete empresas compraram por "valor expressivo" direito à publicidade estática nos estádios. Ao todo, a competição distribuiu US$ 28 milhões em prêmios em dinheiro, sendo que US$ 2,5 milhões pela participação de cada clube.
Antecedentes
De acordo com Sepp Blatter, a primeira ideia de um Mundial de Clubes organizado pela FIFA foi apresentada ao Comitê Executivo da entidade em dezembro de 1993 em Las Vegas como uma necessidade de realizar um torneio mais representativo que a então Copa Toyota, que reunia anualmente os campeões da Europa e da América do Sul, ignorando os campeões continentais do resto do mundo.[4][5] Como todas as confederações tinham, àquela altura, um campeonato continental estável, a FIFA considerou relevante criar um Mundial de Clubes próprio, e a decisão básica de organizar tal competição foi tomada pelo Comitê Executivo da FIFA em 1996.[4] Por questões relacionadas a encontrar datas no calendário internacional, algo suscetível a críticas principalmente na Europa, o projeto foi concretizado somente em 1999, quando a FIFA decidiu finalmente o formato da competição, que teria a edição inaugural disputada por oito equipes.
Sede
Em 8 de junho de 1999, na cidade do Cairo, a FIFA anunciou oficialmente o Brasil como país anfitrião do seu primeiro mundial de clubes.[7] A candidatura brasileira foi escolhida por unanimidade pelo comitê formado por seis vice-presidentes da entidade,[7] superando as pretensões de Arábia Saudita, México e Uruguai de sediar o torneio inaugural.[6] Naquele mesmo encontro foram definidas que todas as partidas seriam disputadas no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ou no Estádio do Morumbi, em São Paulo.[7]
Estádios
Principal palco do campeonato, o Estádio do Maracanã passou por reformas para atender as exigências da FIFA. A principal delas foi a instalação de cadeiras no setor popular.[8] Com isso, a capacidade do estádio para as oito partidas que recebeu – seis da primeira fase, a decisão do terceiro lugar e a final – caiu para 75 mil espectadores.[8] Também aprimorou suas instalações, como estacionamentos, vestiários e um centro de imprensa para receber até 600 jornalistas.
Para realização do Mundial, o Morumbi também teve de se adequar às normas da FIFA. O estádio, que recebeu seis jogos da primeira fase, recebeu 35 mil assentos no setor da arquibancada, o que fez com que a sua capacidade fosse reduzida de 91 mil para 53 mil torcedores.[9] Além disso, foram reformados centro de imprensa para atender 500 jornalistas e os vestiários de jogadores e árbitros.
Participantes
O Mundial de clubes reuniu oito equipes: seis indicadas por cada uma das confederações continentais (AFC, CAF, CONCACAF, CONMEBOL, OFC e UEFA), mais o vencedor da Copa Intercontinental de 1998 — o Real Madrid — e um representante brasileiro indicado pela Confederação Brasileira de Futebol.
A princípio, a expectativa era de que estivessem presentes os seis campeões de cada confederação, além do campeão da Copa Intercontinental e uma equipe do país-sede.[5] Contudo, a ideia não foi concretizada logo de início quando Confederação Asiática de Futebol decidiu indicar o Al-Nassr, campeão da Supercopa da AFC, e não o Jubilo Iwata, então campeão da Liga dos Campeões do continente em 1999. Em seguida, o Manchester United chegou a ameaçar que não disputaria o torneio, mas acabou recuando para não prejudicar a candidatura da Inglaterra para a Copa do Mundo de 2006.
Instados pela FIFA, Confederação Africana de Futebol, Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe e Confederação de Futebol da Oceania indicaram seus campeões vigentes, mesmo que tendo que apressar a conclusão dos torneios ou até criando uma nova competição, no caso da OFC.
Quanto à Conmebol, a expectativa era de que a vaga pertencesse ao campeão da Copa Libertadores da América de 1999, mas às vésperas da final da Copa Libertadores da América de 1999, a Conmebol, com apoio da Confederação Brasileira de Futebol, formalizou um convite ao Vasco da Gama, que havia sido campeão sul-americano em 1998.[5][12] Dessa forma, a CBF garantiu a presença de um clube do Rio de Janeiro, uma das cidades sedes, evitando a presença de um equipe de menor expressão, como o Deportivo Cali, da Colômbia, adversário do Palmeiras na decisão continental. À época, o clube paulista acatou a escolha da Conmebol, pois teve a promessa de que o clube disputaria o Mundial seguinte em 2001.[nota 1][13]
Além de atuar nos bastidores para garantir o Vasco no Mundial, a própria CBF, que tinha assegurada a indicação da vaga do país-sede, escolheu o Corinthians na condição de campeão nacional de 1998, mesmo podendo aguardar a final Brasileiro de 1999.[5][12] A justificativa da entidade brasileira foi de que não haveria como definir o campeão de 1999 a tempo de preparar o sorteio dos grupos e que seria seguido o critério da CONMEBOL. Coincidentemente, o Corinthians foi também o campeão nacional em 1999.
Veja os clubes participantes:
AFA: Al-Nassr (Arábia Saudita) Campeão da Super Copa da Ásia 1998
CAF: Raja Casablanca (Marrocos) Campeão da Liga dos Campeões da CAF 1999
CONCACAF: Necaxa (México) Campeão da Liga dos Campeões da CONCACAF 1999
CONMEBOL: Vasco da Gama (Brasil) Campeão da Libertadores 1998
OFC: South Melbourne (Austrália) Campeão da Liga dos Campeões da OFC 1999
UEFA: Manchester United (Inglaterra) Campeão da Liga dos Campeões da UEFA
País-Sede: Corinthians (Brasil) Campeão Brasileiro 1998
Fifa: Real Madrid Espanha) Clube convidado pela FIFA
Formato
As oito equipes foram divididas em dois grupos de quatro clubes (cada equipe jogando um total de três jogos). Os vencedores de cada grupo se enfrentaram na final, e os dois segundos colocados na disputa pelo terceiro lugar.
Na final e no terceiro lugar, caso as partidas terminassem empatadas, era necessário um tempo extra de 30 minutos (dividido em dois tempos de 15 minutos). Se persistisse o empate, haveria decisão por pênaltis, com cada equipe chutando 5 pênaltis alternadamente. Se após essas cinco penalidades a igualdade persistisse, uma nova penalidade deveria ser executada por cada equipe, repetindo-se até que uma superasse a outra, tendo ambas executadas o mesmo número de cobranças.
As partidas do grupo A foram jogadas no Estádio do Morumbi, em São Paulo, enquanto que as do grupo B foram realizadas no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Tanto a final quanto a disputa pelo terceiro lugar foram disputadas no estádio carioca.
Sorteio
O sorteio foi feito no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, em 14 de outubro de 1999.[15] No grupo A, com sede em São Paulo, ficaram Corinthians, Real Madrid, Al Nassr e Raja Casablanca. Já no grupo B, com sede no Rio, ficaram Vasco, Manchester United, Necaxa e South Melbourne.
Jogos:
Grupo A
Real Madrid 3x1 Al-Nassr
Corinthians 2x0 Raja Casablanca
Real Madrid 2x2 Corinthians
Raja Casablanca 3x4 Al Nassr
Real Madrid 3x2 Raja Casablanca
Al Nassr 0x2 Corinthians
Grupo B
Manchester United 1x1 Necaxa
Vasco da Gama 2x0 South Melbourne
Manchesrter United 1x3 Vasco da Gama
South Melbourne 1x3 Necaxa
Necaxa 1x2 Vasco da Gama
Disputa de terceiro lugar
Real Madrid 1x1 Necaxa Penalidades (3x4)
Final
Corinthians 0x0 Vasco da Gama Penalidades (4x3)
Após o primeiro mundial da FIFA, a entidade máxima do futebol prometeu novas edições do torneio. A primeira delas seria na Espanha, em 2001, com a previsão de 12 participantes. Em março daquele ano, houve até o sorteio dos grupos. Porém, a edição do Mundial da FIFA daquele ano foi cancelada devido a uma série de fatores com parceiros e patrocínios, sendo o mais importante o colapso da ISL, o parceiro de marketing da FIFA até então.[14][19][20] O evento foi então remarcado para 2003, mas também não foi realizado. Somente em 2004 que a FIFA conseguiu anunciar oficialmente a segunda edição do mundial.
Desde 2005, a competição tem sido disputada ininterruptamente mas, diferentemente do primeiro Mundial de Clubes de 2000, sob um novo formato em partidas eliminatórias (ao invés de uma fase de grupos mais final) e duração mais curta, o que satisfez questões de calendário em torno das diferentes temporadas dos clubes em cada continente. Enquanto as duas edições posteriores de 2005 e 2006 do Mundial da FIFA contaram apenas com os seis campeões continentais, a edição de 2007 houve o aumento para sete participantes – a sétima vaga é destinada a um time indicado pelo país-sede. Entretanto, para evitar novamente a presença de dois clubes de um mesmo país em uma final, como ocorreu em 2000, a FIFA decidiu abolir a participação de clubes do mesmo país nos mundiais posteriores.
Wikipédia
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