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Paraíba

Hugo Motta afirma ser contra impeachment de Dilma e diz que Cunha não pode ser “pré-condenado”

Questionado se seria contra ou a favor do impeachment da petista, o parlamentar paraibano disse que era contra, mas prometeu que consultará a bancada, caso seja eleito líder.

Da Redação do Diamante Online

08/02/2016 às 08:00 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O deputado federal Hugo Motta, que disputa a liderança do PMDB na Câmara Federal com Leonardo Picciani (RJ), foi entrevistado pela revista Veja e respondeu perguntas sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a situação de Eduardo Cunha e aborto.

Questionado se seria contra ou a favor do impeachment da petista, o parlamentar paraibano disse que era contra, mas prometeu que consultará a bancada, caso seja eleito líder.

“Eleito líder do PMDB, essa será uma decisão a ser tomada com a bancada. Pessoalmente, eu já me declarei contra. No momento em que fui questionado, ainda no ano passado, eu vi o processo como traumático para o país em todos os âmbitos: tanto na questão da ruptura democrática como também para a situação econômica do país. Mas a partir do momento em que eu escolho ser porta-voz de uma bancada, eu vou seguir a vontade da maioria e irei respeitar as divergências”, disse.

Sobre a situação de Eduardo Cunha, a revista Veja o indagou se o presidente da Câmara teria condições de continuar no comando da Casa se o STF aceitar as denúncias contra ele.

“Aceitar a denúncia não quer dizer que o réu foi condenado. Quer dizer que ele irá seguir para que tenha direito de se defender. Nós não podemos pré-julgar ou pré-condenar quem quer que seja. Esse é um assunto inerente à Justiça. Ela que irá tomar as providências, mas não vejo isso como um fator determinante para afastá-lo da função que está exercendo. Se for aceita a denúncia, o presidente vai ser réu no processo e vai se defender. Ele pode mais à frente ser inocentado. O Ibsen Pinheiro sofreu isso na presidência da Câmara. É uma situação em que o Parlamento, na sua sabedoria, saberá respeitar, porque aqui temos diversos outros parlamentares que respondem processo no supremo e exercem seu mandato. Eu não vejo isso como fato determinante para que Eduardo Cunha deixe a presidência da Casa”, declarou.

Hugo Motta afirmou também que o governo precisa ter argumentos fortes para convencer os deputados da necessidade da recriação da CPMF.

“O governo precisa convencer a bancada que a CPMF é necessária. Nós já temos uma carga tributária altíssima no país, há diversos setores se posicionando contrariamente, aqui na Casa uma parcela considerável de deputados é contra o aumento de impostos. Nós queremos discutir esses assuntos com a bancada trazendo os argumentos que o governo vai apresentar e a partir daí nós tiramos o posicionamento do partido. Eu ainda não estou convencido sobre o tema, e acho que é muito traumático se posicionar sem conhecer os verdadeiros argumentos. Quero poder me aprofundar um pouco mais”.

Ele também não acredita que a presença do PMDB no governo possa atrapalhar a autonomia do partido.

“Eu acredito que não. O PMDB fez uma aliança política e foi aprovado em convenção que o partido deveria participar da chapa. Nós temos o vice-presidente da República, grande parte da legenda votou na presidente Dilma, então é justo que o PMDB participe do governo. Só que nós iremos fazer um debate interno sobre até quando o partido se entende útil a esse governo e acima de tudo parte desse processo liderado pela PT. Não vejo como uma coisa que atrapalhe a autonomia do partido, até porque o PMDB tem na sua história posicionamentos tomados acerca de situações muitas vezes a favor do que o governo quer e muitas vezes contra. O que eu entendo é que o PMDB foi subutilizado durante todo esse período em que o PT governa. Talvez se eles tivessem nos escutado um pouco mais, nós não estaríamos atolados na crise que estamos. O PMDB faz parte do governo, mas não foi ouvido nos momento cruciais em que poderia contribuir diretamente para ajudar o país. As decisões foram tomadas única e exclusivamente por ocupantes de cargos do PT. O PMDB participa do governo de maneira longe, não está no centro das discussões ou decisões. Eu vejo o partido com grandes oportunidades, está o documento “Ponte para o Futuro”, que foi elaborado pelo PMDB em uma demonstração clara de que o partido está dando sugestões. Nenhum outro fez isso. Essa é uma preocupação que o partido tem: colaborar com ideias, e não meramente ocupar cargos”.

Médico, o paraibano se manifestou contra o aborto, mas observou que a questão é complexa. O Congresso poderá analisar projetos que modificam o Código Penal para o aborto em caso de estupro.

“Tudo isso nós vamos discutir com a bancada. Esse é um assunto em que o posicionamento pessoal de cada um vai ser determinante. Eu entendo que nesses casos a bancada deve ser liberada de acordo com a sua conveniência. Eu, como médico, sou contra o aborto. Mas também entendo os casos já previstos em lei em que o aborto é permitido. Há um movimento feminista crescente no país de liberalismo para que as mulheres tenham condição de escolher se querem o aborto ou não. Essa é uma discussão muito complexa. Precisamos fazer uma discussão com dados e argumentos que possam definir a posição de cada um”.

Blog do Gordinho

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