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Paraíba

Paraíba está entre os 10 estados com maior taxa de homicídios no país

Dado alarmante está no Atlas da Violência 2016, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Da Redação do Diamante Online

22/03/2016 às 16:01 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Um número preocupante que acende o sinal de alerta das autoridades em segurança na Paraíba. O Atlas da Violência 2016, divulgado nesta terça-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revela que o Estado é o 9º do Brasil com maior taxa de homicídios. E os jovens entre 15 e 29 anos são os maiores alvos.

De acordo com o estudo, para cada 100 mil paraibanos 39,1 foram assassinados em 2014. O Estado fica atrás apenas de Alagoas (63), Ceará (52,2), Sergipe (49,4), Rio Grande do Norte (46,2), Goiás (42,7), Pará (42,6), Mato Grosso (41,9) e Espírito Santo (41,4). Em dez anos - de 2004 a 2014 - o crescimento dessa taxa foi de 114,4%.

E os números absolutos de mortes violentas também assustam. Somente em 2014 foram computados 1.542 homicídios. Uma média de 128 assassinatos por mês. Em comparação ao ano anterior a redução foi quase nula. Em 2013, foram 1.550 assassinatos, ou seja, uma diminuição de apenas 0,51%.

"Juventude perdida"

É esse o título dado pelos estudiosos ao item da pesquisa que fala dos homicídios entre jovens de 15 a 29 anos de idade. Na Paraíba, por exemplo, a taxa de mortos para cada 100 mil nessa faixa etária é duas vezes maior que a taxa total. São 85,5 jovens assassinados no Estado para cada 100 mil habitantes. O crescimento dessa taxa, em dez anos, foi de 162,4% no Estado.

Mais da metade (56%) dos mortos tinha entre 15 e 29 anos, em 2014. Foram 864 jovens paraibanos assassinados, conforme o levantamento, ou 72 por mês. Comparado a 2013, quando foram 892 homicídios dentro dessa faixa etária, houve uma pequena redução de 3,1%.

Para os estudiosos que fizeram parte do levantamento, "a alta prevalência de homicídio de jovens acarreta inúmeras consequências na sociedade, que se estendem para além das tragédias humanas e familiares. O problema é ainda mais grave e emergencial quando consideramos que a partir de 2023 o país sofrerá uma diminuição substancial na proporção de jovens na população em geral. Essa dinâmica demográfica implicará dificuldades das gerações futuras em vários planos, incluindo o mercado de trabalho, previdência social e o necessário aumento da produtividade".

Dez anos de crescimento

O estudo tem como base os anos de 2004 até 2014 e mostra que nos últimos dez anos 13.070 pessoas foram assassinadas no Estado, uma média de 108 paraibanos mortos todos os meses. O crescimento dessa curva violenta nesse período foi de 134%. O ano em que menos se registrou homicídios foi 2004, com 659 casos. Na faixa etária dos 15 aos 29 anos foram 7.347 os mortos de forma violenta.

Mulheres assassinadas

No período de 2004 a 2014, 18 estados apresentaram taxa de mortalidade por homicídio de mulheres acima da média nacional (4,6), sendo eles: Amapá (4,8), Bahia (4,8), Pernambuco (4,9), Paraná (5,1), Rio de Janeiro (5,3), Acre (5,4), Paraíba (5,7), Rio Grande do Norte (6,0), Pará (6,1), Ceará (6,3), Mato Grosso do Sul (6,4), Rondônia (6,4), Sergipe (6,5), Mato Grosso (7,0), Espírito Santo (7,1), Alagoas (7,3), Goiás (8,8) e Roraima (9,5).

Foram 116 mulheres brutalmente mortas em 2014, segundo a pesquisa. Um crescimento de 93,3% em dez anos, mas uma redução de 7,9% se comparado com 2013, quando 126 foram assassinadas na Paraíba.

Mortes por armas de fogo

O números de vítimas de armas de fogo na Paraíba foi de 1.260 em 2014, um a mais que em 2013, quando os dados mostram 1.259 assassinatos dentro desse grupo. Ou seja, de todos os homicídios ocorridos no Estado, 81,7% ocorreram por arma de fogo. E no universo de 10 anos o crescimento desse número foi de 160,9% de aumento em dez anos.

Diamante Online

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