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Paraíba

Homem recebe habeas corpus após passar 7 anos preso sem ser julgado, na PB

Ele é suspeito de participar de um triplo homicídio em 2011 e estava sob prisão preventiva.

Da Redação do Diamante Online

28/09/2018 às 11:44 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Após passar sete anos preso sem ser julgado, um homem de 58 anos recebeu um alvará de soltura nesta quinta-feira (27), após a 5ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder um habeas corpus. Francisco das Chagas Vasconcelos é suspeito de participar do homicídio de três estrangeiros em 2011. No entanto, a defesa diz que não há provas da participação dele no crime.

Essa sensação de liberdade, ela é indescritível. Não existem palavras pra expressar de forma alguma. Aqui eu encontrei muitas dificuldades. Trabalhei, arrisquei muito a minha vida aqui dentro, disse.

À época, o casal de finlandeses e uma amiga tinham uma casa no município do Conde, no Litoral Sul da Paraíba, e esses locais estavam sob responsabilidade de um então sócio de Francisco. Ainda em 2011, o casal e a amiga foram encontrados mortos no município de Alhandra.

O então sócio de Francisco foi preso em São Paulo, enquanto se preparava para viajar para a Grécia, com cartões e procurações das vítimas, que davam poder a ele sobre as propriedades que o casal tinha.

E então, os dois suspeitos tiveram as prisões preventivas decretadas. No entanto, a defesa de Francisco afirmou que, devido a recursos e pedidos feitos pelo então sócio dele - como a solicitação de que uma testemunha, que mora na Grécia, fosse ouvida - o processo se tornou demorado e, por isso, o julgamento não foi realizado.

Apesar de ter recebido o habeas corpus, Francisco das Chagas ainda deve cumprir medidas cautelares, como comparecer à Justiça mensalmente, recolher-se durante a noite, não manter contatos com as testemunhas e não frequentar bares e casas noturnas.

Relembre o caso
Os corpos dos três finlandeses - Pasi Kalervo Kaartinen, de 71 anos, Riitta Marjatta Kaartinen, de 68, e Sirpa Helena Tiihonen, de 60 - foram encontrados em um canavial no Litoral Sul da Paraíba, às margens da PB-044, no dia 3 de dezembro de 2011 por trabalhadores da região. No dia 6, Francisco das Chagas Vasconcelos foi preso suspeito de participar do triplo homicídio, mas o delegado Rodolfo Santa Cruz já tinha a informação de que o crime teria sido cometido por pelo menos duas pessoas.

Em seguida, foi preso em São Paulo um mecânico de 58 anos suspeito de planejar o assassinato. Ele foi detido durante uma operação conjunta com a Polícia Civil da Paraíba e foi levado para João Pessoa no dia 15. Segundo o delegado Rodolfo Santa Cruz, o suposto mentor do triplo homicídio já tinha tingido e cortado os cabelos. A tentativa de disfarce teria como objetivo uma fuga do país.

O crime foi classificado como triplo homicídio qualificado com ocultação de cadáver. Pelas duas perícias realizadas na casa, o delegado concluiu que provavelmente os três turistas foram assassinados dentro da residência com vários tiros entre a noite do dia 30 de novembro e a madrugada do dia 1º de dezembro, quando os vizinhos ouviram tiros.

G1 PB

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