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Política

Para Marina Silva, país assiste a fim de ciclo e que impeachment não é golpe

Marina, entretanto, apontou que não se pode condenar Lula “a priori” nem “desqualificar” os indícios de irregularidades apresentados pela Justiça

Da Redação do Diamante Online

07/03/2016 às 11:33 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

A ex-senadora Marina Silva, porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, disse neste domingo (6) que a crise que atinge o governo da presidente Dilma Rousseff representa o encerramento de “um ciclo” na política do país, marcado por “projetos de 20 anos de poder” adotados, segundo ela, por PT e PSDB.
“Esse é o momento em que nós estamos encerrando um ciclo na história do nosso país”, disse Marina, durante o 2º congresso de seu partido, a Rede Sustentabilidade, que aconteceu em Brasília.
“A única coisa que tinha na mente era projeto de poder por pelo menos 20 anos. Não podia dar em outra coisa, deu no que deu”, completou a ex-senadora, se referindo às denúncias de corrupção na Petrobras, investigadas pela Operação Lava Jato.

Investigação contra Lula

Ex-petista e ex-ministra do governo Lula, Marina defendeu as investigações contra o ex-presidente que, na sexta (4), foi alvo de um mandado de condução coercitiva para depor na Polícia Federal, em São Paulo.

Marina, entretanto, apontou que não se pode condenar Lula “a priori” nem “desqualificar” os indícios de irregularidades apresentados pela Justiça e o Ministério Público contra ele. Para ela, é preciso aguardar o andamento das investigações.
"“Nenhum de nós está acima da lei e nem devemos condenar a priori nem desqualificar as denúncias a priori”, disse Marina.

A ex-senadora afirmou ver “com tristeza” as denúncias que atinge o PT. E disse que, hoje, o partido faz “apologia do conflito” para responder às acusações de envolvimento em irreguladades na Petrobrás.
“É triste ver que um partido que no passado suscitou tantas esperanças na defesa da ética e no combate da corrupção tenha que fazer a apologia do conflito e do confronto para se defender das acusações.”

Na sexta, após a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve registros de confrontos entre apoiadores e críticos de Lula.

Impeachment

Para Marina, a presidente Dilma Rousseff “está praticamente cassada” devido à falta de apoio dos partidos da base do governo, o que impede a aprovação de projetos no Congresso, e a desaprovação popular revelada em pesquisas de opinião.

De acordo com a ex-senadora, “diante de uma crise política como essa”, a solução pode vir da renúncia de Dilma, de um processo de impeachment ou do pedido de impugnação dos mandatos da presidente e do vice, Michel Temer, em análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Temos o caminho do impeachment, que não é golpe, está previsto na Constituição e qualquer cidadão pode fazer o uso desse mecanismo”, disse Marina que, entretanto, não respondeu se seu partido dará apoio ao processo no Congresso.

Para a ex-senadora, porém, a melhor solução para o país seria a saída de Dilma via impugnação, pelo TSE, caso fique comprovado que a campanha da petista realmente usou dinheiro ilegal, desviado da Petrobras.

A impugnação pode levar a novas eleições no país. Já o impeachment atingiria apenas Dilma, colocando no poder o vice Michel Temer. Para Marina, o impeachment não é a melhor saída porque tanto o PT, de Dilma, quanto o PMDB, de Temer, estão envolvidos nas denúncias de corrupção na Petrobras.

Marina já havia defendido a saída de Dilma via impugnação em entrevista em janeiro. Em outubro de 2015, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu reabrir uma ação do PSDB que pede a impugnação dos mandatos da presidente Dilma e de Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2014.

O PSDB aponta abuso e fraude na campanha, o que, segundo os tucanos, tornaria "ilegítima" a eleição de Dilma. Na acusação mais grave, o partido fala em "financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas", suspeita investigada na Operação Lava Jato.

Congresso

Marina fez as declarações durante o 2º Congresso da Rede Sustentabilidade, que aconteceu em Brasília. Durante o evento, ela foi eleita porta-voz nacional, principal cargo no partido, que vai dividir com José Gustavo Barbosa da Silva.

Para a corrdenação-executiva da Rede, foram eleitos Bazileu Margarido e Carlos Henrique Painel.

G1

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