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Política

Lula e Lava-Jato ignorados por presidenciáveis no primeiro debate

A Lei da Ficha Limpa oferece ainda um recurso para que os candidatos tentem garantir na Justiça o direito de concorrer, daí estarmos confiantes na manutenção da candidatura do presidente Lula, concluiu Haddad.

Da Redação do Diamante Online

10/08/2018 às 12:36 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Operação Lava-Jato foram praticamente ignorados por candidatos a presidente da República que participaram, na noite de ontem, do primeiro debate das eleições deste ano, promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão. Lula, que foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral como pré-candidato ao Planalto pelo PT, não compareceu, apesar da insistência dos petistas em que ele não fosse excluído. O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês de reclusão na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, registrado como vice de Lula, tentou contornar a ausência de Lula e do PT no debate da Band apelando para um debate paralelo via internet, em que exaltou a figura do ex-presidente e condenou a sua ausência do processo eleitoral. Numa entrevista promovida pelo banco BTG Pactual em São Paulo, Haddad disse que considera difícil que a Justiça permita a candidatura de Lula à Presidência. Observou, entretanto, que o PT não desistirá de lançá-lo para a disputa.

– Não vamos jogar a toalha – enfatizou Haddad. Vice na chapa do PT encabeçada por Lula, o ex-prefeito representou o ex-presidente no evento. A conversa foi conduzida pelo jornalista e colunista da Folha de S. Paulo Reinaldo Azevedo, que reiterou sua opinião de que Lula foi condenado sem provas. Para Haddad, uma vitória de Lula nas urnas seria uma forma de reparação para o que ele também considera ter sido uma prisão injusta, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Haddad salientou que Lula é uma liderança já testada e constitui-se no nome mais credenciado para conduzir a economia e avanços sociais no país. Segundo ele, um eventual governo do Partido dos Trabalhadores adotaria uma política fiscal robusta, o que teria sido a marca do governo Lula em períodos anteriores.

Na avaliação de Fernando Haddad, o presidente eleito não sairá forte das urnas, o que demandará a construção de uma agenda de Estado, inclusive trabalhando com a oposição de forma articulada. Fazendo essa agenda bem feita, o investimento voltará, teorizou o vice da chapa de Lula. De acordo com ele, o PT também estaria disposto a apoiar medidas de que o Brasil precisa propostas por outro candidato, seja de que partido for. Haddad acrescentou que o PSDB fez um péssimo negócio ao apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e aliar-se ao MDB. Como um exemplo do que avalia ser uma atitude honrada, disse que nunca ouviu um empresário citar uma conduta inadequada de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência. A Lei da Ficha Limpa oferece ainda um recurso para que os candidatos tentem garantir na Justiça o direito de concorrer, daí estarmos confiantes na manutenção da candidatura do presidente Lula, concluiu Haddad.

Lenilson Guedes

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