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Política

João Azevedo e outros governadores do NE fiéis a Lula disparam e podem vencer no 1º turno

Independente de outras avaliações, foram nos governos de Lula que a região recebeu mais investimentos e atenção da gestão federal, completa.

Da Redação do Diamante Online

25/09/2018 às 11:26 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

As principais pesquisas de intenções de voto mostram que os três candidatos a serem mais votados nas eleições para o governo estão no Nordeste. E todos eles concorrem à reeleição e são defensores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso mesmo sendo a região mais afetada com a crise econômica em que o país entrou em 2015.

Segundo levantamentos mais recentes do Ibope, em cinco estados do Nordeste os governadores têm boas chances de serem reeleitos no primeiro turno. Em três deles os líderes superam o patamar de 60% da intenções de voto - algo que não ocorre em outas regiões do país. O campeão em termos percentuais nos levantamentos é Camilo Santana (PT), que lidera a pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24), com 69%.

Na Paraíba, João Azêvedo (PSB), com 32%, e José Maranhão (MDB), com 28%, estão em empate técnico e ainda tem Lucélio Cartaxo (PV), com 19%, próximo na disputa.

Em Alagoas, Renan Filho (MDB) está confortável com 65% das intenções de voto. Outro que sobra nas pesquisas é o petista Rui Costa, que disputa a reeleição na Bahia. Ele tem 60% no último levantamento do Ibope. Os outros dois governadores que têm boas chances de vencer no primeiro turno são Flávio Dino (PCdoB), que tem 49% no Maranhão, e Wellington Dias (PT), com 46% no Piauí.

Dos cinco nomes que lideram na corrida para reeleição, quatro estiveram na visita que tentaram fazer a Lula em Curitiba, dia 10 de abril --apenas Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, não estava. Para a cientista política Luciana Santana, professora da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), a liderança dos governadores defensores do ex-presidente Lula não é uma coincidência e tem muito a ver com a força do petista na região.


Por ser um momento de incerteza politicas e de polarização política, um dos fatores que pode influenciar é a memória retrospectiva do eleitor sobre o mandato ou nomes que conseguiram enfrentar melhor a crise. Esses cinco candidatos que podem ser reeleitos são de estados que se posicionaram contra a prisão de Lula. Parece coincidência, mas não é, afirma. Independente de outras avaliações, foram nos governos de Lula que a região recebeu mais investimentos e atenção da gestão federal, completa.

Apesar de ter sofrido com a crise econômica de forma intensa, a cientista acredita que as mudanças de vida do nordestino nesse século fizeram a região atingir outro patamar --o que é levado em conta agora pelo eleitor.

"A região esteve em uma situação muito pior, como anos 1980 e 90, em comparação com essa crise. O Nordeste era uma região extremamente prejudicada pelas mudanças econômicas, pelas instabilidades políticas. Houve o estabelecimento da economia com Fernando Henrique, mas investimento na região veio mesmo nos governos Lula", afirma.

Santana ainda acrescenta que há no país um alto índice de reeleição desde 1998, quando a reeleição foi inserida no sistema político. "Os governadores têm alcançado uma taxa de sucesso alta, de 70% em média. Soma-se a isso que o resultado é influenciado por um conjunto de fatores que definem a competitividade do candidato, alternativas à disposição do eleitor ou as condições nas quais estão competindo", ressalta.

Desistência de rivais ajudam campeões nas pesquisas

Além da força do lulismo, outro fator que contribuiu para o domínio de Renan Filho, Camilo Santana e Rui Costa foram as desistências das candidaturas de alguns dos principais nomes da oposição na região.

Em Alagoas, Renan Filho (MDB) nada de braçada largas para a reeleição. No início do ano, apostava-se na candidatura do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), como opositor, mas ele não renunciou e frustrou o plano da oposição. Já no último dia de convenções, o senador Fernando Collor (PTC) lançou candidatura, mas acabou desistindo pouco menos um mês da votação alegando falta de apoio.

Em seu lugar assumiu a candidatura o ex-chefe da Polícia Federal José Pinto de Luna (PROS), mas a candidatura não é vista com o mesmo ânimo por opositores a Renan Filho.

Na Bahia, Rui Costa enfrentou um cenário parecido. Com alta popularidade, ele teve a reeleição encaminhada quando o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), desistiu da candidatura ao governo, e o seu partido indicou José Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana. Porém, a candidatura não emplacou e ele sequer ultrapassa os dois dígitos na última pesquisa Ibope, divulgada no dia 18. Costa lidera com 60% das intenções de voto e Zé Ronaldo aparece só com 7% na segunda colocação.

A oposição foi duramente enfraquecida também no Ceará com a adesão do senador Eunício Oliveira (MDB) à chapa do candidato à reeleição Camilo Santana. Ao lado do ex-governador Cid Gomes (PDT), também candidato ao Senado pela chapa, o petista formou uma coligação de 16 partidos e deixou a oposição relegada basicamente ao PSDB, de Tasso Jeressati, que lançou General Theofhlilo, um nome desconhecido do eleitor para a disputa contra Camilo. Nesta segunda-feira, o atual governador desponta com 69% e o tucano tem 7%.

 

Flávio Dino cumprimenta Lula em visita ao porto de Itaqui (MA) em 2017

Vitorias mais apertadas

Em outros dois Estados os governadores podem encaminhar vitórias ainda no primeiro turno. No Maranhão, Flávio Dino já alcança 49% das intenções de voto, segundo última pesquisa Ibope, contra 32% da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Ex-juiz federal, Dino foi uma das principais vozes contra o impeachment de Dilma Rousseff e contra a condenação de Lula.

No Piauí, o governador Wellington Dias (PT) também desponta como favorito, com 46%. Segundo o Ibope, o petista teria 53% dos votos válidos, sendo que a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O sexto estado do Nordeste que possui candidato à reeleição é o Rio Grande do Norte, que foi o mais afetado pela crise e enfrentou atraso em pagamentos de salários e greves. Lá, quem lidera é outra petista: a senadora Fátima Bezerra, com 39% as intenções de voto. O governador Robinson Faria enfrenta dificuldades e ocupa o terceiro lugar, com 13%, atrás também de Carlos Eduardo (PDT), que tem 25%.


Estados com disputa embolada


Enquanto os aliados de Lula sobram em seis estados, outros três estados têm uma disputa mais apertada. Campeão de votos em 2014, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), está em empate técnico com Armando Monteiro (PTB) na pesquisa Datafolha divulgada em 19 de setembro. No Ibope, Câmara aparece na frente por 33% a 25%. O atual governador tem o apoio do PT, que desistiu de lançar Marília Arraes.

Em Sergipe, três candidatos estão em empate técnico: Valadares Filho (PSB), Belivaldo Chagas (PSD) e Eduardo Amorim (PSDB).

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