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Saúde

Ministro nega ‘segunda onda’ da Covid-19 no Brasil

Para ele, o que há é um “repique” de casos e mortes em algumas regiões.

Da Redação do Diamante Online

28/11/2020 às 13:13 | Atualizado em 17/03/2024 às 11:21

Após passar mais de duas semanas em silêncio sobre o aumento de internações da Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reconheceu nesta quinta-feira (26) que há um aumento de casos da doença no país, mas negou que haja uma “segunda onda”.

Para ele, o que há é um “repique” de casos e mortes em algumas regiões.

“Estamos falando de repique de contaminações e mortos em algumas regiões do país. Sim, é só acompanhar nosso site, e nós podemos observar os dados. No Sul e Sudeste o repique é mais claro, e no Norte e Nordeste é bem menos impactante, com algumas cidades fora da curva. E o Centro-oeste é mais no meio do caminho”, disse.

Em seguida, o ministro passou a citar o que entende como “ondas” na pandemia e pediu que o quadro não seja confundido.

“Já falei aqui algumas vezes que temos quatro ondas da pandemia. Cuidado para não sermos enganados quando falam errado”, disse.


Segundo ele, as quatro ondas são efeitos que podem ocorrer durante a pandemia.

“A primeira onda é exatamente a contaminação e as mortes, tudo o que aconteceu e vem acontecendo com o repique agora. Isso é uma onda, que pode ter um repique, dois repiques, pode ser uma onda só, mas é uma onda”, disse.

As outras ondas, disse, são doenças não tratadas, casos de violência doméstica e o aumento de casos de suicídio e automutilação.

“A segunda onda são as doenças que ficaram impactadas. Temos muitas pessoas que não se trataram corretamente, porque tinham medo, porque criou-se um ambiente de medo e não procuraram o médico, e isso tudo está represado”, afirmou.

“Essas quatro ondas fazem parte de um processo de pandemia. Não confundam ondas com novo surto, que é o que está acontecendo na Europa, que é um vírus mutado. Lá é um novo surto, que pode virar endemia e depois pandemia, e se confundir com as ondas da primeira”, disse.

“O troço é grave, ele vai numa linha e nós temos de estar muito atentos.”

A posição, porém, vai na contramão de alguns especialistas que apontam uma “segunda onda” da Covid também no Brasil.

Ainda segundo Pazuello, a pasta deve aplicar cerca de R$ 6 bilhões de recursos extras do orçamento para incorporar, na rede pública, leitos de UTIs criados para Covid. Ele não afirmou, porém, qual o volume total de leitos a serem mantidos.

O mesmo valor deve ser usado ainda para atendimento de cirurgias “e outros tratamentos que ficaram impactados”, informou, sem detalhar as medidas.

De acordo com o ministro, o acerto foi feito após reunião com secretários estaduais e municipais de saúde.

Na última semana, o grupo já havia enviado um ofício ao ministério em que cobrava ações urgentes da pasta “diante da eminência de uma segunda onda da Covid”.

À época, porém, o ministério alegou que não tinha como analisar o cenário da doença devido a um ataque hacker sofrido nos sistemas da pasta em dias anteriores.

Ainda segundo Pazuello, a pasta deve fazer uma coletiva de imprensa na próxima semana com secretários de saúde para detalhar “o momento em que vivemos”.

As declarações ocorreram em evento sobre o Novembro Roxo, que prevê medidas de prevenção à prematuridade.

Em meio a críticas sobre a falta de ações mais efetivas da pasta em relação à epidemia da Covid, como a manutenção de 7,1 milhões de testes que poderiam ser usados para diagnóstico e que estão parados em estoque, Pazuello também usou o discurso no evento para pedir “compreensão”.

“Gostaria que todos compreendessem que quando estamos reunidos, estamos trabalhando, pensando, planejando”, disse. “Ninguém está sentado. ‘Ah, o dinheiro vai ficar impactado’. Não tem nada que não esteja planejado.”

Novamente sem dar detalhes, Pazuello disse que a pasta finaliza um plano de vacinação contra a Covid-19, mas que uma definição “logística” deve ocorrer só quando estiver mais perto de “um momento de chegada”.

“Podem ficar tranquilos, estamos acima do momento, estamos adiantados. E quando estivermos com mais dados logísticos, a gente fecha o plano”, disse.

 

Assessoria

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