Após briga, Inter aguarda denúncia e teme perda de mandos de campo

O Inter ainda aguarda a formalização da denúncia do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS), mas já se prepara para uma possível punição no plenário da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Após a briga entre seus torcedores nas arquibancadas do Antônio David Farina, no empate em 1 a 1 com o Veranópolis, pela 1ª rodada do Gauchão, o clube teme ser penalizado com a perda de mandos de campo para o restante da primeira fase do Estadual, mesmo que logo tenha se prontificado a tomar medidas para identificar e punir os envolvidos.

O receio expresso pelo presidente Marcelo Medeiros tem a ver com o que já foi antecipado pelo procurador Alberto Franco, que prepara a denúncia para ser entregue ainda nesta semana – com base em imagens e na súmula divulgada pelo árbitro Daniel Soder na segunda-feira. A tendência é que o Colorado seja denunciado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê perda de mando de campo de um a 10 jogos em caso de punição.

– Foi um ato lamentável. É incompreensível que os torcedores do Inter, depois de todo esse sofrimento que passaram em um ano muito aquém da história, façam atos de violência. Não admitimos esse tipo de conduta. A gente está preocupado com isso (a punição). O clube teve a preocupação de em seguida do episódio já emitir uma nota oficial, mostrando que repudia esse tipo de ação. Essas pessoas estão prejudicando o Inter e prejudicando o futebol. Temos que ter uma conduta muito contundente para que isso não se repita – afirmou o mandatário ao GloboEsporte.com.

A briga generalizada no espaço destinado à torcida do Inter no Antônio David Farina, em Veranópolis, interrompeu a abertura do Gauchão 2017 ainda no primeiro tempo do duelo de domingo. Alguns torcedores trocaram chutes e socos na arquibancada e também arremessaram pedras durante a confusão até a intervenção da Brigada Militar. A confusão deixou pessoas feridas, que receberam atendimento médico ainda no campo.

A resposta do Inter foi imediata. Ainda na noite de domingo, o clube publicou uma nota oficial em que, além de repudiar o episódio, tratou de suspender as torcidas organizadas envolvidas – Guarda Popular e Camisa 12. O Colorado trabalha em parceria com a Promotoria do Torcedor do Ministério Público (MP) para identificar e punir os responsáveis, que, inclusive, terão penas dobradas. De acordo com o órgão, as duas organizadas descumpriram ordem judicial que as proibia de frequentar estádios identificadas.

– Nós não admitimos esse tipo de conduta. Nessa segunda-feira, o departamento jurídico teve contato com a Promotoria do Torcedor, estamos aguardando o processo de investigação para que o clube faça medidas adequadas dentro das regras estatutárias. O clube pode fazer punição caso algum dos envolvidos seja sócios. Os estatutos preveem advertência, suspensão e até exclusão do quadro social. Não podemos aceitar esse tipo de conduta nos espaços esportivos nos estádios. A cidadania precisa vencer em relação a esse tipo de conduta – ressalta Medeiros.