Brasil
Jornalista do Estadão morre aos 26 anos após sofrer parada cardíaca
Beatriz Capirazi começou a passar mal com crise de ansiedade, tontura e dificuldade respiratória.
Por Redação
11/11/2024 às 15:45 | Atualizado em 24/11/2024 às 01:45
Beatriz Capirazi Foto: Arquivo Pessoal
Repórter do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Beatriz Capirazi, de 26 anos, morreu às 2 horas da manhã deste domingo (10), de parada cardiorrespiratória. A jovem foi repórter do jornal O Estado de S. Paulo na cobertura de ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança) e atualmente era responsável pela área de saúde na Agência Estado.
Segundo a mãe, Beatriz começou a passar mal com crise de ansiedade, tontura e dificuldade respiratória na última segunda-feira (4). Apesar de ter feito exames que não constataram problemas cardíacos, teve novas idas e vindas ao hospital, mas voltou a piorar neste sábado (9). Desmaiou e recebeu massagem cardíaca feita pelo pai, mas quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os bombeiros chegaram à casa para os procedimentos de emergência, ela não respondeu.
Beatriz chegou à família Capirazi com 1 ano e 3 meses de idade. Sua mãe biológica alugava a própria filha para que a usassem para pedir esmolas na rua e uma denúncia ao conselho tutelar a colocou em um abrigo onde ficou por um ano, até que acabasse na casa da professora Maria Tereza Bergamin e do projetista Ariovaldo Arcas Capirazi, na Lapa, em São Paulo. O casal, que havia perdido um filho ainda em gestação, partiu para a adoção, um desejo que sempre esteve na cabeça de Tereza.
– O primeiro presente que minha cunhada deu à Beatriz foi um livrinho. Foi um gesto que se repetia todos os anos e, com o passar do tempo, ela se tornou uma pessoa apaixonada por ler e escrever, vivia com livros para cima e para baixo – disse Tereza.
O fato de ter sido adotada marcou Beatriz. Na faculdade, ela escreveu o livro Vidas Sucateadas – Um olhar sobre a devolução de crianças adotadas, no qual colheu depoimentos de jovens que passaram por essa situação, bem como com psicólogos e especialistas. Passou meses, inclusive, frequentando a Vara da Família e da Juventude para essa pesquisa. Ela tinha planos de escrever um segundo livro, com as pessoas que saem dos abrigos na maioridade, sem ter opção para onde ir.
Tereza diz que houve muitos momentos nos quais Beatriz encheu os pais de orgulho. Ela entrou na Unip, universidade na qual cursou Jornalismo, em terceiro lugar e se graduou com honras.
Na última sexta-feira (8), mãe e filha passaram a noite assistindo a um filme na Netflix no condomínio em Carapicuíba, na grande São Paulo, para onde se mudaram quando Beatriz tinha 7 anos.
– Rimos demais. Eram cenas bobas e leves, mas adoramos – declarou a mãe.
Bia será velada no Cemitério da Lapa, a partir das 10 horas da próxima segunda (11), e o enterro será às 14h30 do mesmo dia.
Agência Estado
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