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Brasil

Operação prende 24 membros de facção que atacou empresas e deixou cidade no Ceará sem internet

Facção exige dinheiro das empresas para autorizar oferta de serviço de internet no Ceará.

Por Redação

14/03/2025 às 14:33 | Atualizado em 22/03/2025 às 09:58

 - SSPDS/Divulgação

(Foto: SSPDS/Divulgação)

Uma nova fase da operação Strike, realizada nesta sexta-feira (14) na cidade de Caridade, prendeu 24 membros do Comando Vermelho que participaram de ataques coordenados a empresas de internet no Ceará.

Conforme a Secretaria da Segurança, operadoras clandestinas de internet também foram fechadas. Essas empresas ilegais funcionavam a serviço da facção.

A facção exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a "taxa". Os ataques incluem tiros contra a fachadas das empresas, depredação e queima de veículos e rompimentos de cabos de fibra óptica, deixando os clientes sem internet. Pelo menos oito ataques foram realizados nas últimas semanas.

Em Caridade, a cidade mais afetada no estado, centenas de fios em postes foram destruídos, deixando 90% dos clientes que pagam pela internet sem o serviço.

Na primeira fase da operação, realizada na quarta-feira (12), 17 pessoas haviam sido presas, entre elas cinco donos de operadoras clandestinas de internet, que atuavam a serviço do Comando Vermelho.

A facção criminosa Comando Vermelho fez pelo menos oito ataques, como corte de cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas, desde 22 de fevereiro em Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante. Seis ocorreram na última semana. (veja o infográfico abaixo). Nem as empresas e nem a Secretaria da Segurança Pública do estado divulgaram o número de pessoas afetadas pelos ataques e consequentes falhas no serviço.

O objetivo dos ataques é forçar as empresas a repassarem à facção parte da mensalidade paga pelos clientes pelo serviço de internet. As ações são direcionadas àquelas que não obedecem aos criminosos, segundo o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, delegado Alisson Gomes.

Os provedores de internet no Ceará chegaram a suspender as atividades em algumas regiões depois de ataques promovidos por uma facção criminosa, que incluem desde o corte de cabos de internet até o incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas. Até o momento, oito atos criminosos foram registrados em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade, sendo seis deles na última semana. Pelo menos quatro empresas foram atingidas.

Cronologia dos ataques

  • 11 de março: criminosos jogaram pedras contra um veículo da empresa Brisanet na cidade de Caucaia.
  • 10 de março: a fachada da empresa Acnet, na cidade de Caucaia, foi alvo de vários tiros.
  • 10 de março: membros de facção destruíram fiação de uma empresa de internet em Caucaia.
  • 9 de março: um dia após o governador anunciar combate a esse tipo de crime, uma empresa foi atacada na madrugada no Bairro Sítios Novos, em Caucaia.
  • 8 de março: o governador do Ceará, Elmano de Freitas, anuncia criação de grupo para combater a facção que ataca as provedoras de internet no estado.
  • 7 de março: criminosos destruíram várias fiações de uma operadora na cidade de Caridade; 90% dos clientes do município ficaram sem internet.
  • 6 de março: um carro de serviço da Brisanet foi completamente destruído pelas chamas no Conjunto Metropolitano, em Caucaia.
  • 27 de fevereiro: no distrito do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, onde está localizado o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), criminosos invadiram e vandalizaram uma empresa.
  • 22 de fevereiro: no Bairro Jacarecanga, em Fortaleza, dois veículos da empresa Brisanet foram destruídos em incêndio.

G1

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