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Brasil

Cinco empresas de internet encerram atividades após ataques de facção no Ceará

Facção exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço no estado.

Por Redação

22/03/2025 às 15:02 | Atualizado em 01/04/2025 às 10:24

Em menos de um mês, foram pelo menos oito ataques de facção criminosa contra empresas provedoras de internet no Ceará - Reprodução

Em menos de um mês, foram pelo menos oito ataques de facção criminosa contra empresas provedoras de internet no Ceará (Foto: Reprodução)

Cinco empresas provedoras de internet no Ceará vão encerrar as atividades após a série de ataques de uma facção criminosa, segundo a Associação dos Provedores Do Ceará. Os ataques têm ocorrido em quatro cidades, incluindo Fortaleza, desde fevereiro.

A facção que coordena os crimes exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a "taxa".

Uma das empresas é a provedora de internet 'GPX Telecom', de Caucaia. Por meio de nota, a empresa disse que "em menos de 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações".

"É com um profundo sentimento de tristeza que anunciamos o encerramento de nossas atividades. Ao longo de nove anos, desde 2016, tivemos a honra de servir com dedicação e alegria os Bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará. Infelizmente, em meros 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações.

Esse triste episódio evidencia a fragilidade da segurança em que vivemos nos nossos dias atuais, onde o trabalho árduo de anos pode ser destruído em questão de minutos. Sempre priorizamos a qualidade e a legalidade em nossos serviços, e somos imensamente gratos pela confiança que vocês depositaram em nós ao longo dessa jornada.

Esperamos por justiça diante dessa situação alarmante que afeta a todos nós. Agradecemos, sinceramente, a cada um de vocês pelo apoio e pela compreensão."

A Secretaria da Segurança Pública informa que a Polícia Civil investiga o crime, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O órgão destacou que 27 pessoas suspeitas de envolvimento com ataques a provedoras de internet já foram presas. As capturas ocorreram por força de mandados de prisão e em flagrante. Durante os trabalhos policiais, veículos, diversos aparelhos celulares, armas e munições também foram apreendidos.

O que se sabe sobre os ataques de facção

Empresas de internet no Ceará têm sido atacadas por membros da facção criminosa Comando Vermelho. Desde fevereiro, Fortaleza e outros três municípios foram impactados após cinco empresas passarem por danos que as impediram de fornecer a conexão normal de internet para parte dos clientes.

1. Como foram os ataques?

O estado registrou diversos ataques, como corte de cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas, desde 22 de fevereiro. Na última semana, foram seis investidas feitas pela facção criminosa Comando Vermelho.

2. Onde ocorreram os ataques?

Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante foram municípios que registraram as ações criminosas. Na capital cearense, os bairros afetados foram Pirambu e Jacarecanga.

3. Quantas pessoas foram afetadas?

Nem as empresas de internet, nem a Polícia Civil informaram um número de pessoas afetadas com os ataques. Em Caridade, cidade de 22,5 mil habitantes no Norte do Ceará, a queda na conexão chegou a atingir 90% dos clientes.

4. Quem são os responsáveis?

Os ataques estão associadas à facção criminosa de origem carioca, Comando Vermelho.

G1

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