Esportes
Fifa analisará proposta para que Copa do Mundo de 2030 tenha 64 seleções
Entidade confirmou que a sugestão foi apresentada na reta final da reunião da última quarta-feira.
Por Redação
06/03/2025 às 16:55
A Fifa, órgão que governa o futebol mundial, está considerando aumentar o número de seleções na Copa do Mundo de 2030 para 64, em uma expansão pontual para marcar o centenário do torneio, segundo quatro pessoas com conhecimento direto das discussões.
A proposta despertou o interesse de Gianni Infantino, presidente da Fifa, o que pode transformar ainda mais um torneio que já promete ser complicado e desafiador, pois, pela primeira vez na história, será disputado em três continentes.
A Copa do Mundo é o evento esportivo mais lucrativo e mais assistido do mundo, gerando bilhões para a Fifa. No entanto, o prestígio da competição leva a disputas acirradas entre nações para sediá-la, além de repetidas alegações de corrupção no passado.
A decisão de conceder a Copa do Mundo de 2034 à Arábia Saudita foi criticada por organizações defensoras da boa governança, após a Fifa mudar suas próprias regras, permitindo que o país garantisse os direitos de sediar o torneio sem enfrentar concorrência.
Infantino já expandiu a Copa do Mundo uma vez durante seus nove anos de mandato, aumentando o número de seleções de 32 para 48 na próxima edição, em 2026, que será realizada principalmente nos Estados Unidos, mas também contará com partidas no México e no Canadá.
A proposta para um torneio com 64 seleções surgiu no final de uma reunião, durante a seção da pauta destinada a questões “diversas”, quando um delegado do Uruguai, Ignacio Alonso, apresentou a ideia, lendo um discurso previamente preparado em inglês.
Três pessoas com conhecimento da reunião, que foi realizada por videoconferência, descreveram a reação dos presentes como um silêncio atônito, e a proposta certamente enfrentará uma grande reação contrária.
No entanto, elas alertaram que a Fifa será provavelmente guiada tanto por benefícios financeiros e políticos quanto pelos aspectos esportivos ao tomar uma decisão sobre o assunto.
Gianni Infantino, que desde que assumiu a presidência da Fifa tem ampliado sua influência sobre a organização e o esporte, descreveu a proposta como interessante e digna de uma análise mais detalhada, segundo as quatro pessoas com conhecimento do assunto.
Procurada pelo GLOBO, a entidade confirmou que a sugestão foi apresentada na reta final da reunião da última quarta-feira. "A ideia foi recebida pela Fifa, que tem a obrigação de analisar qualquer proposta de um dos membros de seu Conselho", diz um porta-voz em nota.
A expansão da Copa do Mundo para 64 seleções poderia tornar muitas Eliminatórias regionais irrelevantes. Atualmente, até sete das dez seleções da América do Sul podem se classificar para a Copa do Mundo de 2026, e uma nova ampliação do torneio poderia reduzir seu apelo para as emissoras de televisão.
Também existem desafios logísticos significativos. Com 32 seleções, o torneio já dura cerca de um mês e, em um formato expandido, quase certamente se estenderia ainda mais. A edição de 2026, com 48 seleções, contará com um número recorde de 104 partidas.
A Copa do Mundo foi realizada pela primeira vez no Uruguai em 1930, e foi justamente um representante desse país que apresentou a proposta.
Sob a liderança de Infantino, a Fifa tem explorado constantemente maneiras de modificar seu principal torneio, embora essas tentativas geralmente enfrentem forte resistência de outras partes da indústria do futebol.
Em determinado momento, Infantino apoiou a ideia de realizar a Copa do Mundo a cada dois anos, em vez de quatro, mas a reação furiosa — principalmente da Uefa, entidade que governa o futebol europeu — forçou os defensores a abandonar a proposta.
A Arábia Saudita garantiu o direito de sediar a Copa do Mundo de 2034 depois que a Fifa anunciou que Uruguai, Paraguai e Argentina se juntariam a Marrocos, Espanha e Portugal como anfitriões de partidas do torneio de 2030, reduzindo o número de potenciais candidatos para o evento seguinte.
Infantino assumiu a presidência da Fifa em 2016, após um escândalo de corrupção que levou à destituição da maior parte da antiga liderança da entidade. Ele concorreu com uma campanha baseada na promessa de aumentar os repasses financeiros para os 211 membros da entidade e expandir o número de seleções na Copa do Mundo. Atualmente, passa a maior parte do tempo em Miami e tem uma relação próxima com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente o descreveu como o “rei do futebol” e o convidou para sua posse.
O foco de Infantino tem sido encontrar maneiras de deixar um legado duradouro. Além de ampliar as Copas do Mundo masculina e feminina, ele criou um novo Mundial de Clubes, cuja primeira edição será realizada neste verão nos Estados Unidos.
Esses esforços, no entanto, geraram conflitos com ligas e sindicatos de jogadores, que já entraram com ações judiciais na Europa contra algumas dessas mudanças.
The New York Times, com Globo
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