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Esportes

"Somos amadores": time formado por pintor, professor, corretor imobiliário, barbeiro e outras profissões encara o poderoso Bayern de Munique no Mundial

Jogadores do Auckland City, da Nova Zelândia, dividem futebol com a jornada de trabalho.

Por Redação

15/06/2025 às 11:26 | Atualizado em 15/06/2025 às 11:29

 - Divulgação/Auckland City

(Foto: Divulgação/Auckland City)

O Mundial de Clubes reúne os melhores times dos últimos quatro anos de cada continente, mas longe de toda a "pompa" dos gigantes europeus e sul-americanos, o Auckland City, da Nova Zelândia, chega à competição com o status de equipe amadora. Hoje, o time neozelandês enfrenta o Bayern de Munique.

Amadorismo reconhecido
O amadorismo do Auckland City é declarado pelo próprio clube. A afirmação é uma das primeiras no site oficial do time neozelandês.

"O Auckland City FC é um clube amador, com nossos jogadores tendo ocupações em tempo integral fora do futebol ou estudando de alguma forma."
Auckland City

Os atletas levam vida de "jornada dupla" e conciliam os treinos e jogos com outras profissões. O elenco tem desde pintor até corretor imobiliário e barbeiro [veja a lista abaixo].

"Somos um time amador. Meus colegas são pintores, professores, trabalhadores de depósito ou corretores imobiliários. Posso dizer que só ganho a vida com futebol porque, além do meu trabalho como jogador, também trabalho como treinador na academia de futebol do nosso clube."

Gerard Garriga, meio-campista do Auckland, ao Bild

Alguns jogadores da equipe precisaram tirar férias não remuneradas dos seus empregos para poderem jogar a Copa do Mundo de Clubes. O propósito? Aparecer aos olhos do mundo todo e evitar goleadas contra Bayern de Munique, Benfica e Boca Juniors, rivais no Grupo C.

"Nossas chances de ganhar são quase zero. Alguns jogadores precisaram sacrificar suas férias para ir aos jogos [...] Acho isso impossível [uma vitória] ou até mesmo um empate. Se sofrermos cinco gols ou menos, acho que podemos sair do estádio de cabeça erguida. Ficaria muito feliz se deixássemos os neozelandeses e nossas famílias orgulhosos e não nos envergonhássemos. No vestiário, brincamos que faríamos uma verdadeira festa se perdêssemos por apenas 2 a 0." Gerard Garriga.

Amador, sim. Soberano, também

O Auckland City é, hoje, o principal time de futebol na Oceania. A equipe foi fundada em 2004, teve crescimento rápido e passou a dominar não só a Nova Zelândia, como também o continente.

A sala de troféus do Auckland está cheia: são 13 títulos da Liga das Campeões da Oceania e 12 conquistas do Campeonato Neozelandês. Todos estes troféus compartilham espaço com taças de competições locais menores.

As conquistas continentais tornaram o Auckland City presença constante em Mundiais de Clubes. A equipe neozelandesa disputou 12 edições no antigo formato na competição e será a única representante na Oceania neste ano — há apenas uma vaga para o continente, destinada ao melhor time no ranking da Fifa.

A soberania tem uma "ajuda" de outros times locais. O Wellington Phoenix e o Auckland FC surgiram como times profissionais na Nova Zelândia, mas decidiram se filiar à federação da Austrália. Portanto, atuam nas competições australianas e disputam torneios continentais na Ásia, uma vez que a Austrália deixou a Confederação da Oceania para jogar na Confederação Asiática.

Sem os australianos e os times profissionais locais, a missão ficou "mais fácil". O Auckland City enfrenta, além de outros times amadores da Nova Zelândia, equipes de países menores, como Papua Nova-Guiné, Fiji e Ilhas Salomão nos jogos pela Liga dos Campeões da Oceania.

Ídolo sul-americano

O maior jogador da história do Auckland City é argentino. Emiliano Tade chegou ao clube em 2011 e permaneceu até meados de 2020. O restante da carreira foi discreto.

Tade é o jogador com mais jogos, o maior artilheiro e o maior assistente da história do Auckland City. Ao todo, ele participou de 230 jogos, marcou 134 gols e deu 59 assistências.

Profissões dos jogadores do Auckland City

Adam Mitchell (Zagueiro) - Corretor de imóveis

Conor Tracey (Goleiro) - Estoquista

Mario Ilich (Meia) - Representante de vendas da Coca-Cola

Christian Gray (Zagueiro) - Professor em formação

Nikko Boxall (Zagueiro) - Corretor em empresa de seguros

Paris Domfeh (Meia) - Estudante universitário

Myer Bevan (Atacante) - Estuda educação física e personal training

Gerard Garriga (Meia) - Treinador em academia de futebol

Angus Kilkolly (Atacante) - Operador em empresa de ferramentas

Dylan Manickum (Meia) - Engenheiro assistente de obra

Ryan De Vries (Atacante) - Polidor de carros

Regont Murati (Lateral) - Product Owner

Jordan Vale (Lateral) - Professor em escola de ensino fundamental

Jeremy Foo (Meia) - Estudante de ciências

Jerson Lagos (Atacante) - Barbeiro

Sebastián Ciganda (Goleiro) - Limpador de piscinas

Dylan Connolly (Lateral) - Fisioterapeuta

Matt Ellis (Meia) - Assistente de vendas em empresa de alimentos

Adam Bell (Lateral) - Vendedor no varejo e estudante

Tong Zhou (Meia) - Líder de programa comunitário e educador ligado ao King's College

Alfie Rogers (Lateral) - Representante de vendas da Coca-Cola

Natha Garrow (Goleiro) - Estudante em tempo integral

Michael De Heijer (Zagueiro) - Líder de equipe na LifeChanger Foundation

David Yoo (Meia) - Treinador comunitário de futebol

Ryan Ellis (Atacante) - Estudante universitário e técnico de base

Haris Zeb (Atacante) - Treinador comunitário de futebol

Areya Prasad (Goleiro) - Estudante do St. Peter's College

Jackson Manuel (Meia) - Treinador comunitário de futebol

Uol

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