Paraíba
Laudo aponta que casal morto em colisão foi alvo de disparo de fuzil, policial é indiciado
De acordo com o resultado da perícia, Guilherme foi atingido por um disparo de fuzil na cabeça antes da colisão.
Por Redação
24/07/2025 às 07:09

Laudo aponta que casal morto em colisão foi alvo de disparo de fuzil, policial é afastado (Foto: Redes sociais)
Um laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba trouxe uma reviravolta no caso da morte de Guilherme Pereira e Ana Luiza Bandeira, casal que morreu em 30 de novembro de 2024, após a moto em que estavam bater contra um poste no bairro Muçumagro, em João Pessoa. De acordo com o resultado da perícia, Guilherme foi atingido por um disparo de fuzil na cabeça antes da colisão, o que indica que o caso, antes tratado como acidente de trânsito, agora é investigado como um possível duplo homicídio. Um policial foi indiciado.
O laudo confirma que a motocicleta trafegava a apenas 10 km/h no momento da batida. A bala, do tipo 5.56, calibre comum em armamentos militares, entrou pela nuca de Guilherme e saiu pela testa. A força do impacto do corpo inerte provocou a colisão fatal que também vitimou Ana Luiza. As conclusões foram reforçadas por exames complementares realizados fora do estado, com apoio da Polícia Federal, que analisou inclusive os capacetes do casal em Brasília.
Em coletiva realizada nesta semana, o coronel Bergson, corregedor auxiliar da Polícia Militar da Paraíba, declarou que a corporação foi "surpreendida" pelas informações divulgadas nas redes sociais e pela imprensa, mas que já instaurou investigação preliminar interna. Um soldado da PM, identificado como envolvido no caso, foi afastado das funções operacionais e transferido para o setor administrativo.
“Vamos apurar com total isenção e imparcialidade. Se o inquérito apontar envolvimento de outros policiais, todos os responsáveis serão investigados e punidos, se for o caso”, afirmou o corregedor.
O pai de Ana Luiza, Joselito Correia, vem denunciando irregularidades desde o início. Segundo ele, não houve blitz, perseguição ou qualquer ordem de parada, conforme alegado por policiais em depoimentos anteriores. Imagens de circuito de segurança mostram o casal abraçado momentos antes do ocorrido, com a moto parada. "Me chamaram de louco, disseram que a Polícia Federal não ia se envolver, mas agora a verdade começou a aparecer", disse emocionado.
Joselito também critica as primeiras perícias, que não teriam identificado o ferimento causado pelo tiro na cabeça de Guilherme. "Como é que se ignora um rombo na cabeça provocado por uma bala de fuzil? Isso precisa ser explicado", afirmou.
A delegada responsável pelo caso deve conceder entrevista coletiva nesta quinta-feira (24) no Instituto de Medicina Legal (IML) de João Pessoa. O caso, que inicialmente foi registrado como acidente, agora segue sob investigação como crime doloso, com suspeita de execução por agente público e possível omissão de outros envolvidos.
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