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Política

Alvo de sanções dos EUA, ministro Alexandre de Moraes vai a Neo Química Arena assistir time do coração

Corintiano declarado, magistrado chegou sorridente de mãos dadas com a mulher, e acenou para torcedores.

Por Redação

31/07/2025 às 08:21

Ministro do STF Alexandre de Moraes acena a torcedores antes de partida entre Corinthians e Palmeiras, na Neo Química Arena - Ronaldo Barreto/Thenews2/Agência O Globo

Ministro do STF Alexandre de Moraes acena a torcedores antes de partida entre Corinthians e Palmeiras, na Neo Química Arena (Foto: Ronaldo Barreto/Thenews2/Agência O Globo)

Torcedor do Corinthians, o ministro do STF Alexandre de Moraes foi à Neo Química Arena acompanhar a vitória de seu time sobre o Palmeiras, por 1 a 0, no primeiro duelo das oitavas de final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira (30). A aparição do magistrado no estádio acontece poucas horas depois de o governo dos Estados Unidos anunciar punições contra ele com base na Lei Magnitsky. As sanções podem dificultar o acesso de Moraes a uma série de serviços financeiros e tecnológicos.

De mãos dadas com a mulher, Viviane Barci de Moraes, o ministro chegou sorridente, vestindo roupa casual. Abordado por torcedores a caminho de um dos camarotes, de onde assistiu à partida, ele respondeu com o bordão dos donos da casa: "Vai, Corinthians!".

Moraes, que casualmente comparece à Neo Química Arena para ver os jogos, participou da campanha de arrecadação para quitar a dívida do clube contraída com a construção do estádio, organizada pela torcida Gaviões da Fiel em 2024.

Gesto obsceno repercute

Uma imagem de Moraes fazendo um gesto obsceno, já no camarote, viralizou nas redes e gerou repercussão de parlamentares, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), e do ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten. "Isso é postura de ministro sancionado?", postou Nikolas. Já Wajngarten comentou que se o gesto fosse realizado pelo ex-presidente haveria reação maior.

Entenda escalada na crise entre EUA e Brasil

O governo americano anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A decisão ocorre após a escalada da crise entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o governo e Judiciário brasileiros. O informe da Secretaria de Tesouro dos EUA inclui o nome de Moraes e informações pessoais do ministro do STF, como a data de nascimento e dados relativos ao passaporte e identidade.

A Magnitsky é aplicada por decisão do Executivo, sem necessidade de condenação em processo judicial, e prevê uma série de sanções que, na prática, extrapolam as fronteiras dos Estados Unidos. A rigor, basta um ato administrativo do governo americano, que pode ou não ser lastreado em informes de autoridades e organismos internacionais.

"O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira", afirma o presidente, em nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

E continua: "O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses", diz Lula.

O presidente afirma que um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático.

O ministro ainda não comentou publicamente a sanção.

O Globo

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