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Mundo

Brasil lidera América Latina em milionários e é o país mais desigual do mundo

Banco suíço UBS indica país como o segundo com maior volume de fortunas a serem herdadas nos próximos 25 anos.

Por Redação

18/06/2025 às 15:34

O Brasil é líder na América Latina em número de milionários, com 433 mil pessoas possuindo fortunas superiores a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões), mas segue como o país mais desigual do mundo. É o que mostra o relatório anual do banco UBS, especializado na gestão de patrimônio de alta renda, que analisa a dinâmica da riqueza em 56 países.

Globalmente, o país ocupa a 19ª posição no ranking de “milionários em dólares”, liderado pelos Estados Unidos, que contam com 23,8 milhões de milionários. A China vem em segundo lugar, com 6,3 milhões, seguida por França (2,8 milhões), Japão (2,7 milhões) e Alemanha (2,6 milhões).

De acordo com o levantamento divulgado nesta quarta-feira (18), em 2024, os EUA registraram um crescimento de 379 mil novos milionários -o que representa mais de mil pessoas por dia com fortuna acima do US$ 1 milhão. Os analistas do banco analisam que a estabilidade do dólar americano e o dinamismo dos mercados financeiros foram os principais contribuintes para esse crescimento. O país representa quase 40% dos milionários globais no ano passado.

O estudo do UBS também expõe uma das maiores transferências de riqueza intergeracionais e horizontais da história. A estimativa é que, nos próximos 20 a 25 anos, mais de US$ 83 trilhões (R$ 456,50 trilhões) serão movimentados globalmente. Desse montante, US$ 74 trilhões (R$ 407 trilhões) corresponderão a transferências verticais, ou seja, entre diferentes gerações, enquanto US$ 9 trilhões (R$ 48,50 trilhões) serão transferências horizontais, entre membros da mesma geração.

Nesse cenário, o Brasil se destaca como o segundo país com maior volume de fortuna a ser herdada, projetando cerca de US$ 9 trilhões. Embora bem atrás dos Estados Unidos, que lideram com mais de US$ 29 trilhões (R$ 159,50 trilhões), o Brasil supera a China, que prevê transferências de mais de US$ 5,6 trilhões (R$ 30,80 trilhões). Um dos fatores que impulsionam essa projeção para o Brasil é sua considerável população com mais de 75 anos.

RANKING DE MILIONÁRIOS

1 – Estados Unidos

2 – China

3 – França:

4 – Japão

5 – Alemanha:

6 – Reino Unido

7 – Canadá

8 – Austrália

9 – Itália

10 – Coreia do Sul

11 – Holanda

12 – Espanha

13 – Suíça

14 – Índia

15 – Taiwan

16 – Hong Kong

17 – Bélgica

18 – Suécia

19 – Brasil

20 – Rússia

21 – México

22 – Dinamarca

23 – Noruega

24 – Arábia Saudita

25 – Cingapura

A Grande China -que o relatório definiu como a China continental, Hong Kong e Taiwan- liderou no ano passado em indivíduos com um patrimônio líquido de US$ 100 mil a US$ 1 milhão, representando 28,2%, seguida pela Europa Ocidental com 25,4% e América do Norte com 20,9%. No entanto, a maioria das pessoas em todo o mundo estava abaixo desse limite, com mais de 80% dos adultos da amostra do UBS tendo um patrimônio líquido inferior a US$ 100 mil.

No geral, cerca de 1,6% registraram patrimônio líquido de US$ 1 milhão ou mais, segundo o relatório. Nos próximos cinco anos, o banco suíço projeta que a riqueza média por adulto crescerá ainda mais, liderada pelos Estados Unidos e, em menor escala, pela Grande China.

BRASIL É O PAÍS MAIS DESIGUAL DO MUNDO

Apesar do crescimento no número de milionários e do volume de riqueza a ser transferida, no ranking da desigualdade, medido pelo Índice de Gini, o Brasil é apontado como o país mais desigual entre os 56 analisados. Ao lado da Rússia, com ambos registrando um índice de 0,82, o Brasil apresenta a maior concentração de renda no topo da pirâmide.

O Índice de Gini varia de 0 a 1, onde quanto mais próximo de 1, maior a concentração de renda em um pequeno grupo da população, indicando uma sociedade mais desigual. Para fins de comparação, economias como Alemanha (0,68), Suíça (0,67) e China (0,62) exibem menores níveis de desigualdade, enquanto nações como África do Sul (0,81) e Emirados Árabes Unidos (0,81) se aproximam do patamar brasileiro.

Paul Donovan, economista-chefe do UBS Global Wealth Management, afirma que “a forma como a riqueza é distribuída e transferida moldará as oportunidades, as políticas e o progresso”.

Segundo o UBS, o aumento global da riqueza familiar, que cresceu 4,6% em todo o mundo em 2024, e o crescimento do número de “milionários do dia a dia”, que quadruplicou desde 2000, são reflexos de um cenário econômico dinâmico, mas que, no caso brasileiro, se soma a uma estrutura de concentração de renda persistente e acentuada.

O Relatório Global de Riqueza fornece dados sobre a riqueza pessoal há 16 anos e se tornou o ponto de referência para aqueles interessados nas tendências que moldam a riqueza em todo o mundo. A edição mais recente analisa 56 mercados, os quais são estimados para representar mais de 92% da riqueza mundial.

RANKING DA DESIGUALDADE

1 – Brasil

2 – Rússia

3 – África do Sul

4 – Emirados Árabes Unidos

5 – Arábia Saudita

6 – Suécia

7 – Estados Unidos

8 – Índia

9 – Turquia

10 – México

11 – Cingapura

12 – Alemanha

13 – Suíça

14 – Israel

15 – Holanda

16 – Hong Kong

17 – China

18 – Portugal

19 – Grécia

20 – Taiwan

21 – França

22 – Reino Unido

23 – Coreia do Sul

24 – Polônia

25 – Itália

26 – Espanha

27 – Austrália

28 – Luxemburgo

29 – Japão

30 – Catar

31 – Bélgica

Folhapress

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