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Brasil

Condenado a 71 anos de prisão no caso dos "Canibais de Garanhuns" vira pastor e prega no presídio

Jorge Beltrão Negromonte, foi condenado juntamente com duas mulheres por matar duas pessoas e usar a carne para fazer salgados.

Por Redação

24/07/2025 às 19:45 | Atualizado em 24/07/2025 às 19:47

Jorge Beltrão Negromonte (Foto: Reprodução)

Um dos envolvidos no caso dos "Canibais de Garanhuns", Jorge Beltrão Negromonte da Silveira viralizou na internet nos últimos dias ao ser filmado atuando como pastor evangélico num presídio. Ele e mais duas mulheres foram condenados por matar duas pessoas e usar a carne humana para vender salgados no Agreste de Pernambuco (relembre o caso abaixo).

As imagens foram registradas na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife, unidade que foi desativada em abril. Após a desativação do local, ele foi transferido para o Presídio Policial Penal Leonardo Lago, localizado no Complexo do Curado, no Recife, onde cumpre a sentença de 71 anos de prisão.

Nas imagens, ele é creditado como "Pastor Jorge Beltrão" e aparece com um violão pendurado nas costas, ao lado de outros dois homens vestidos de ternos escuros. Um deles segura o celular no modelo "videoselfie". A data da gravação não foi divulgada.

Nela, Jorge conta que a dedicação à igreja começou após uma conversa com um dos homens que aparecem no vídeo, identificado como um missionário, em 2012, ano em que foi preso.

"Ele [o missionário] falou para mim: 'Deus tem algo na tua vida' e deixou a palavra para mim. Uma palavra muito bonita dizendo que Deus tira as pessoas de um charco de lodo. E esse testemunho que ele deu, logo após, eu já comecei a fazer parte lá da Assembleia de Deus, já comecei a louvar. E sem saber de nada, ele disse: 'tu vais começar a trabalhar para Deus'", afirmou Jorge no vídeo.

Em outro trecho do vídeo, o pastor declarou, ainda, que "quem está em Jesus, nova criatura é" e que "as coisas velhas são passado e tudo se fez novo". Ele também pediu para que os missionários continuassem orando por ele.

Nos comentários, internautas ficaram surpresos com a aparição de Jorge como pastor. "Vocês acreditam em Papai Noel?", diz um deles.

Outra usuária falou que não ia julgá-lo. "Não sou ninguém para julgar, o acerto de contas é com Deus e só ele pode julgar conforme a justiça e vontade dele ficarei calada".

Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (SEAP) informou que oferece assistência religiosa em todas as unidades prisionais do estado, respeitando a liberdade de crença e as escolhas individuais das pessoas privadas de liberdade.

"A assistência é prestada por representantes de diversos segmentos religiosos, contribuindo para o fortalecimento espiritual, emocional e social dos internos", diz a instituição na nota.

Relembre o caso

O caso foi descoberto em abril de 2012, depois que os corpos de duas mulheres foram encontrados no quintal de uma casa no bairro de Jardim Petrópolis, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.

As investigações apontaram que os crimes foram praticados por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva.

Segundo a polícia, eles participavam de uma seita chamada "Cartel", que pregava a "purificação do mundo" e a redução populacional. Uma das vítimas era mãe de uma criança de cinco anos que vivia com o trio.

Em júri popular realizado em 2018, Jorge e Bruna Cristina foram condenados a 71 anos de prisão e Isabel, a 68 anos em regime fechado.

G1

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