Mundo
Integrantes do governo brasileiro veem movimentação militar americana como possível preparação para intervenção na Venezuela
Cabeça de líder venezuelano Nicolás Maduro foi colocada a prêmio por Washington.
Por Redação
21/08/2025 às 08:35
Integrantes do governo acompanham com preocupação o envio de navios militares dos Estados Unidos para uma área próxima à costa da Venezuela. E, embora avaliem que o foco no momento seja o regime de Nicolás Maduro, eles ressaltam que a Venezuela tem uma fronteira de mais de 2 mil quilômetros com o Brasil.
Fontes ouvidas pelo GLOBO ressaltam que ainda não há nenhuma reação concreta à vista, mas afirmam que essa movimentação mostra que os Estados Unidos podem estar preparando o terreno para uma eventual intervenção militar no país vizinho. Um dos sinais emitidos foi Washington ter colocado a cabeça do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a prêmio por US$ 50 milhões.
Maduro tem sido chamado de "chefe de cartel". O Departamento de Justiça dos EUA alega que ele teria ligações com o narcotráfico. Na segunda-feira, o líder venezuelano anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de "ameaças" dos EUA. Em meio às ameaças, a porta-voz do governo dos EUA, Karoline Leavitt, disse nesta terça-feira que o presidente Donald Trump vai usar “toda a força” contra o regime de Maduro.
— O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela, é um cartel narcoterrorista — disse Leavitt quando questionada sobre a possibilidade de uma operação terrestre contra o território venezuelano. — O presidente Trump tem sido muito claro e consistente: ele está preparado para usar todo elemento da força americana para parar a entrada de drogas no nosso país e levar os responsáveis à Justiça.
De acordo com a imprensa americana, está se aproximando da Venezuela uma frota naval dos EUA, que inclui três destróieres — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson, equipados com o sistema de combate Aegis com mísseis guiados. Em Brasília, integrantes do governo esperam que a ofensiva não atinja águas brasileiras, o que seria mais um problema nas relações entre Brasil e EUA.
A Marinha dos EUA começou a mobilizar mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para as águas da América Latina e do Caribe na sexta-feira, segundo a rede americana CNN. O contingente é formado por militares do Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima e da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais para o Comando Sul dos EUA. A movimentação faz parte de um reposicionamento mais amplo de ativos militares para a área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (Southcom), que vem sendo realizado desde o início do mês.
Um submarino de ataque com propulsão nuclear, aeronaves de reconhecimento P8 Poseidon, vários contratorpedeiros e um cruzador de mísseis guiados também estão sendo alocados para o Southcom, como parte da missão, segundo a CNN. À Reuters, uma autoridade informou que as operações devem se estender por vários meses em águas e espaço aéreo internacionais.
Trump fez da repressão aos cartéis de drogas um objetivo central de seu governo como parte de um esforço mais amplo para limitar a migração e proteger a fronteira sul. Em março, forças americanas enviaram contratorpedeiros para áreas ao redor da fronteira entre os EUA e o México para reforçar a presença americana no Hemisfério Ocidental.
Os ativos navais podem ser usados não apenas para realizar operações de inteligência e vigilância, mas também como plataforma de lançamento para ataques direcionados, acrescentou uma autoridade sob condição de anonimato.
O Globo
Tópicos

Mais Notícias em Mundo
Política internacional
Em entrevista a jornal norte-americano, Alexandre de Moraes diz: "Não há chance de recuar"
A declaração foi dada em entrevista ao jornal The Washington Post.
28/08/2025