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Opinião
Tadeu Gomes

Na Paraíba, Efraim Filho se distancia da realidade do estado ao colar no bolsonarismo

Estratégia do senador é captar votos da direita paraibana, mas isso pode significar o afastamento dos eleitores que se declaram "anti-bolsonaro".

Por Tadeu Gomes • Política e cotidiano

09/08/2025 às 12:03 | Atualizado em 10/08/2025 às 13:09

O senador Efraim Filho (União Brasil) resolveu cair de cabeça no bolsonarismo ao se unir à Michele Bolsonaro em um evento para afirmar a pré-candidatura ao Governo da Paraíba em julho. Foi um ato falho e sem necessidade da parte dele.

Ao fazer isso, Filho se esqueceu que o povo do estado não se importa tanto com ideologia. Diferentemente de outras localidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, a maioria do eleitor paraibano não vota por posicionamento político, mas sim por favorecimento político.

Um eleitor que tem emprego por excepcional interesse público numa prefeitura vai votar em quem o prefeito da referida cidade ‘mandar’. Por mais que seja triste a realidade, ainda persiste esse voto de cabresto, principalmente nas cidades pequenas.

João Azevedo não se reelegeu em 2022 por ser um governante excepcional; ele venceu única e exclusivamente porque conseguiu apoio dos prefeitos dos municípios interioranos. É difícil algum opositor conseguir tomar o poder na Paraíba.

Pior que se jogar no bolsonarismo em um estado majoritariamente “petista”, foi ele entoar frases clichês do bolsonarismo, como “em defesa da família”, o que o distanciou da realidade.

Efraim não precisa disso, a prova é que ele obteve 30,82% na eleição de 2022 e conseguiu a vaga ao Senado, vencendo a candidata do governador, Pollyana Dutra, e o ex-governador Ricardo Coutinho. Na época, apesar de apoiar Bolsonaro, ele não fez campanhas nesse sentido, até aliou-se a Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital no segundo turno.

A estratégia do senador para o pleito de 2026 é captar os votos dos bolsonaristas do estado, porém, isso pode significar o afastamento dos eleitores que se declaram “anti-bolsonaristas” e que são independentes e não depositam sufrágio na panelinha de Azevedo.

Até o momento, Efraim é o único pré-candidato declarado de oposição. O grupo governista ainda não cravou um postulante à sucessão de João, no entanto, o vice-governador Lucas Ribeiro é um forte candidato ao posto.

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