Cantora gospel famosa por criticas ao "comércio da fé" gera polêmica após confirmar presença em evento que ingressos custam até 389 reais

A cantora Aymêê Rocha, que ganhou destaque nacional com o sucesso “Evangelho dos Fariseus”, voltou ao centro das atenções — desta vez, como alvo de uma nova polêmica. Conhecida por suas críticas diretas à hipocrisia, ostentação e ao comércio da fé dentro do meio gospel, Aymêê agora enfrenta acusações de incoerência por parte de internautas.

A controvérsia começou após o anúncio de sua participação no Dunamis Conference 2025, evento liderado pelo pastor Teo Hayashi, com ingressos que chegam a R$ 389. O público logo associou o valor das entradas às críticas feitas pela cantora em sua canção, que denuncia a “transformação do Reino de Deus em negócio”. 

Lançada em 2024, “Evangelho dos Fariseus” se tornou um fenômeno nas redes sociais e um divisor de águas no meio evangélico. Na letra, Aymêê confronta líderes e instituições que, segundo ela, utilizam a fé como ferramenta de autopromoção:

“Fazemos campanhas pra nós mesmos,
Eventos pra nós mesmos,
Estocamos o maná pra nós,
Oramos por nós e pelos nossos…”

O sucesso da música catapultou a jovem artista, que passou de pouco mais de 10 mil seguidores para quase 2 milhões no Instagram, mesmo sem vencer o reality Dom Reality, onde apresentou a canção pela primeira vez.

Além de críticas à estrutura do meio gospel, a composição também abordou temas sociais sensíveis, como a realidade de exploração infantil na Ilha do Marajó (PA), reforçando a imagem da cantora como voz profética e contestadora.

Agora, com o anúncio do novo evento, o público se divide: alguns defendem Aymêê e afirmam que sua presença em conferências não invalida sua mensagem; outros, porém, a acusam de ter se rendido ao mesmo sistema que condenava.

Até o momento, Aymêê Rocha não se pronunciou oficialmente sobre a repercussão, mas a discussão segue intensa — reacendendo o debate sobre o limite entre ministério, mercado e coerência no cenário gospel.