Opinião
TOM MARTINS
O “não” Adriano Galdino já tem, resta saber o que ele mais quer
Na política, às vezes, a teimosia é vendida como persistência. Outras vezes, é apenas o sinal de que o vento sopra para um lado e o barco insiste em remar para o outro.
Por Tom Martins • Política e cidades
04/09/2025 às 16:58 | Atualizado em 04/09/2025 às 19:30
Na política, às vezes, a teimosia é vendida como persistência. Outras vezes, é apenas o sinal de que o vento sopra para um lado e o barco insiste em remar para o outro. É o caso do deputado estadual Adriano Galdino, atual presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba.
Galdino já sabe que não tem a bênção da própria casa: o Partido Republicanos não lhe reserva o lugar de pré-candidato ao Governo do Estado, e a base governista, com a mesma frieza de quem fecha a porta sem olhar para trás, também não acena nessa direção. O “não” ele já tem, cristalino, estampado nas entrelinhas.
Mas, como bom jogador que acredita na virada no segundo tempo, Galdino insiste em manter vivo o discurso de pré-candidatura. Em entrevista recente à TVSol, em Patos, ele soltou a carta sobre a mesa: até dezembro, quer marcar 20% nas pesquisas de intenção de voto. Se conseguir, garante que permanece no páreo.
É quase como se esperasse que o Republicanos, mesmo tendo lhe virado a face, de repente resolvesse abraçar o sonho e bancar sua corrida ao Palácio da Redenção. Um cavalo que já foi considerado sem sela agora espera que alguém lhe traga arreios novos e ainda a promessa de pasto fértil.
A cena é curiosa: Adriano caminha sabendo que a estrada já tem placas de “proibido avançar”. Mas segue. Talvez por convicção, talvez por estratégia, talvez por acreditar que em política o impossível só dura até a próxima pesquisa.
O que é certo é que ele transformou o “não” em combustível. Falta descobrir se a chama disso aquece ou apenas queima as pontes que poderiam mantê-lo no jogo.
Tópicos
