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Brasil

Bolsonaro passará por audiência de custódia neste domingo

A prisão de Jair Bolsonaro é preventiva e foi pedida pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Por Redação

23/11/2025 às 07:17 | Atualizado em 23/11/2025 às 07:20

 - Antonio Augusto/STF

(Foto: Antonio Augusto/STF)

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai passar por audiência de custódia neste domingo (23). Ele teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na madrugada deste sábado (22), e foi preso durante a manhã em casa, onde já cumpria detenção domiciliar.

Uma das motivações apontadas foi a convocação feita pelo filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL-SP), para que apoiadores fizessem uma vigília nas proximidades da residência. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva afirmando que um tumulto no local poderia criar um ambiente propício para uma fuga.

Além disso, foi detectada uma violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro. Inicialmente, ele disse que bateu a tornozeleira na escada, mas depois, interrogado, admitiu que tentou violar o equipamento com um ferro de solda.

Policial: 'Você usou alguma coisa pra queimar isso aqui?' Bolsonaro: 'Tinha ferro quente aí'. Policial: 'Ferro quente?' Bolsonaro: 'Curiosidade'. Policial: 'Que ferro foi? Ferro de passar?'. Bolsonaro: 'Não, ferro de soldar'. Policial: 'Ferro de solda, aquele que tem uma ponta?' Bolsonaro: 'Sim'. Policial: 'Tá certo. Você já tentou puxar a pulseira também?' Bolsonaro: 'Não, não, não'. Policial: 'Não?' Bolsonaro: 'Não rompi a pulseira, não. Tranquilo aí'.

O advogado de defesa, Paulo Cunha Bueno, minimizou o caso.

"Essa questão de tornozeleira é uma narrativa que tenta justificar o injustificável. O presidente Bolsonaro não queria, de forma alguma, como subtrair-se, como evadir-se da sua casa. Ele tem uma viatura armada com agentes federais, 24 horas por dia, 7 dias na semana, na porta da casa dele".

O STF deu um prazo de 24 horas para a defesa explicar a ação. Segundo apuração da comentarista de política da Globonews Julia Duailibi, a defesa deve alegar que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica durante um surto. O objetivo é dissociar o fato de uma tentativa de fuga.

Os advogados disseram que vão recorrer e pediram que a mulher e os filhos do ex-presidente sejam autorizados a visitá-lo na cadeia.

Na decisão em que decretou a prisão, Moraes citou a proximidade da casa do ex-presidente do Setor de Embaixadas do Distrito Federal, apontando a possibilidade de ele buscar asilo político para escapar do cumprimento da pena de 27 anos de prisão pela trama golpista.

Pelo status de ex-presidente, Bolsonaro está em um quarto de 12m² que conta com cama de solteiro, frigobar, TV, ar-condicionado, mesa, TV, cadeira e banheiro privativo.

Apoiadores e opositores trocaram provocações em frente à Superintendência da Polícia Federal durante o sábado. Enquanto um grupo fez orações e levou bandeiras em solidariedade, outro comemorou com espumantes e fogos de artifício.

Repercussão

A repercussão política ficou dividida da mesma forma - aliados classificaram a detenção como injusta, enquanto a base aliada do presidente Lula comemorou a decisão. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, prometeu reação:

"Alexandre de Moraes, no seu mais alto grau de psicopatia, manda prendê-lo preventivamente porque seu filho Flávio Bolsonaro convocou uma vigília de oração. Nós estamos vivendo o maior capítulo de perseguição política da história do país"

Já o vice-líder do PT, Rogério Correia, disse que a cautelar teve embasamento:

"Bolsonaro estava já com sinais de rompimento da tornozeleira e a convocação de um ato pelo filho dele e outros bolsonaristas, o senador Flávio Bolsonaro, em que eles conclamavam a população a resistir à ordem do Supremo Tribunal Federal, que certamente viria na semana que vem com a prisão definitiva após o julgamento transitário e julgado".

Da mesma forma, governadores de estado aliados de Bolsonaro criticaram a decisão. Entre eles estão Tarcísio de Freitas, de São Paulo; Cláudio Castro, do Rio de Janeiro; Ratinho Júnior, do Paraná; e Ronaldo Caiado, de Goiás.

Entre os opositores, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, classificou a decisão como um marco importante para a democracia. A chefe do Executivo do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, disse que a determinação foi “baseada em elementos concretos”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou a prisão.

"Eu não sabia disso. Foi o que aconteceu? É uma pena. Não tenho o que dizer. Apenas que eu acho que é uma pena", afirmou a jornalistas.
O presidente Lula cumpriu agenda na Cúpula de Líderes do G20, na África do Sul, e não comentou a prisão do ex-presidente.

CBN

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