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Grupo armado invade escola mata vice-diretor e sequestra 25 alunas na Nigéria
No país, o mais populoso da África e assolado pela insegurança, os sequestros para obtenção de resgate são frequentes.
Por Redação
18/11/2025 às 14:11 | Atualizado em 19/11/2025 às 14:57
Soldado vigia junto a grupo de estudantes libertadas após sequestro em escola por jihadistas no norte da Nigéria em 2021 (Foto: AFP)
Homens armados de uma organização criminosa sequestraram 25 alunas de uma escola de Ensino Médio feminina no noroeste da Nigéria nesta segunda-feira. O ataque ocorre mais de uma década após 276 meninas terem sido sequestradas em Chibok, no conflituoso estado de Borno, o que provocou uma grande mobilização internacional, com o lema "#BringBackOurGirls" (Tragam nossas meninas de volta, em tradução livre).
Nesta segunda, os sequestradores entraram na escola do estado de Kebbi às 4h (00h em Brasília) com "armas sofisticadas" e "disparando esporadicamente", segundo um comunicado da polícia. Quando os agentes chegaram, os suspeitos "já haviam pulado a cerca da escola e sequestrado 25 estudantes de sua residência".
De acordo com um relatório elaborado pela ONU, o vice-diretor da escola morreu baleado e um segurança ficou ferido durante o ataque.
Após o sequestro, um grupo de policiais foi enviado para o local para realizar "revistar minuciosamente as rotas utilizadas pelos bandidos e a floresta próxima", com o objetivo de "resgatar as alunas sequestradas e tentar deter os autores deste ato atroz".
Em 2021, outro sequestro
Este é o segundo sequestro em massa em uma escola de Kebbi em quatro anos. Em junho de 2021, bandidos levaram mais de 100 estudantes e membros do pessoal de uma escola pública. Os estudantes foram liberados em grupos ao longo de dois anos, após os pais pagarem o resgate. Algumas das alunas foram obrigadas a se casar e retornaram com bebês.
Na Nigéria, o país mais populoso da África e assolado pela insegurança, os sequestros para obtenção de resgate são frequentes. Os estados do centro e do noroeste do país são aterrorizados há anos por grupos criminosos que as autoridades denominam de "bandidos".
A violência, que inicialmente estava relacionada com os conflitos pelos direitos sobre a terra e a água entre pastores e agricultores, transformou-se em confrontos relacionados com o crime organizado, com grupos que assumem o controle de comunidades rurais onde o governo tem pouca ou nenhuma presença.
O país também se viu afetado pela violência armada desde o aparecimento, em 2009, do grupo Boko Haram na bacia do lago Chade, no nordeste do país.
O sequestro de alunas na localidade de Chibok, em 14 de abril de 2014, foi manchete no mundo todo. Quase 100 meninas capturadas seguem desaparecidas.
AFP
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