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Qual é o salário do papa e dos cardeais?
Francisco renunciou ao valor simbólico de 2.500 euros (15.000 reais), enquanto os cardeais recebem cerca de 5.000 euros (cerca de 30.000 reais) por mês.
Por Redação
02/05/2025 às 09:27
Com a morte do papa Francisco, encerra-se um pontificado marcado por sobriedade e um estilo de vida que desafiou tradições seculares. Desde sua eleição em 2013, Jorge Mario Bergoglio rejeitou privilégios associados ao cargo e escolheu viver de maneira simples, coerente com sua espiritualidade. Nunca recebeu o salário simbólico de 2.500 euros mensais (aproximadamente 15.000 reais) ao qual teria direito, mesmo valor que era pago ao seu antecessor, Bento XVI. Todas as suas despesas, como alimentação, segurança e moradia, foram custeadas pela Santa Sé. Desde o início, recusou o tradicional apartamento pontifício no Palácio Apostólico e optou por viver na Casa Santa Marta, uma residência simples dentro do Vaticano que até então servia de hospedagem a visitantes.
As informações são divulgadas oficialmente pela Santa Sé, por meio de comunicados e agências de notícias próprias. De acordo com a consultoria Trading Economics, a média dos salários na Itália deve atingir 2.804 euros por mês (cerca de 16.800 reais) até o final de 2025, variando de região para região, sendo que não existe um valor mínimo no país. Um trabalhador comum recebe, em média, 1.800 euros por mês (equivalente a 10.800 reais), enquanto uma babá, por exemplo, ganha cerca de 900 euros mensais (algo como 5.400 reais).
A decisão do Santo Padre de renunciar ao salário, evitar luxos e manter um estilo de vida modesto foi acompanhada de reformas concretas. Em resposta às dificuldades econômicas, especialmente durante a pandemia, Francisco determinou cortes significativos na Cúria Romana. Até 2021, os cardeais recebiam entre 4.000 e 5.500 euros por mês (cerca de 24 mil a 33 mil reais). Com os decretos papais, houve um corte inicial de 10%, seguido por novas reduções. Atualmente, o ganho médio de um cardeal gira em torno de 5.000 euros (equivalente a 30 mil reais), ainda que muitos morem em imóveis da Igreja e tenham benefícios relacionados à função. Muitos destinam parte da renda a obras de caridade ou ao sustento de suas dioceses.
Os bispos têm um teto salarial fixado em 3.000 euros mensais (cerca de 18 mil reais), embora, no caso dos representantes ligados à Conferência Episcopal Italiana, o valor líquido recebido não ultrapasse os 1.500 euros (aproximadamente 9 mil reais). Já os sacerdotes ganham, em média, 1.200 euros mensais (equivalente a 7.200 reais). Frades e freiras normalmente não têm remuneração fixa, exceto quando exercem funções específicas em escolas, hospitais ou organismos administrativos. Os valores são isentos de impostos, conforme estabelecido pelos Pactos de Latrão.
Apesar de todo o esforço por uma Igreja mais ética e próxima dos pobres, o pontificado de Francisco não foi imune a escândalos. O caso mais emblemático foi o do cardeal italiano Angelo Becciu, acusado de má gestão de fundos da Secretaria de Estado em operações financeiras suspeitas. O episódio provocou uma crise de credibilidade e revelou resistências internas às reformas. Em respeito à gravidade do escândalo e à pressão da opinião pública, Becciu anunciou que não participará do conclave.
Pouco antes de sua morte, o papa Francisco realizou um último gesto de generosidade que resumiu seu legado: doou 200 mil euros (aproximadamente 1.200.000 reais), retirados de suas economias pessoais, ao pastifício gerido por detentos do presídio romano de Regina Coeli.
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