Saúde
Estudo recria molécula da goiaba que pode combater o câncer de fígado
Pesquisadores conseguem criar versão sintética de molécula da goiaba com potencial de tratar câncer de fígado, segundo estudos.
Por Redação
15/09/2025 às 14:58 | Atualizado em 15/09/2025 às 15:46
Um novo estudo mostrou que uma molécula da goiaba com potencial para combater o câncer de fígado pode ser produzida industrialmente. Pesquisadores da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, desenvolveram um método para recriar sinteticamente moléculas da fruta que tiveram ação positivo no tratamento da doença em estudo in vitro.
Segundo os químicos que realizaram a pesquisa, o processo é barato, escalável e replica perfeitamente as capacidades do composto natural da goiaba. O estudo foi publicado no periódico Angewandte Chemie, em maio deste ano.
Como os cientistas recriaram o composto da goiaba?
A molécula escolhida foi a (–)-psiguadial A, conhecida por ter propriedades antiproliferativas, que já haviam sido comprovadas, em estudos anteriores, como eficazes para combater o câncer de fígado.
Entretanto, essa molécula é encontrada em uma quantidade muito pequena na fruta e extraí-la a partir da goiaba era um desafio. Por isso, os pesquisadores trataram de buscar alternativas para recriá-la artificialmente.
Para reproduzir a (–)-psiguadial A, os químicos usaram uma síntese total de produtos naturais. Esse processo combina substâncias disponíveis no mercado até formar estruturas complexas idênticas às encontradas na natureza.
“A maioria dos medicamentos clinicamente aprovados é feita de um produto natural ou baseada em um. Mas não há recursos naturais suficientes para produzir tratamentos suficientes. Agora, os químicos poderão pegar nossos manuscritos e, basicamente, seguir nossa ‘receita’, e eles mesmos poderão fabricá-la”, explica o químico William Chain, líder da pesquisa.
O câncer de fígado
O impacto potencial é grande. O câncer de fígado já é uma das principais causas de morte e invalidez no mundo. O câncer hepatocelular, a forma mais comum da doença, tem crescido em incidência no mundo. No Brasil, são quase 11 mil pessoas diagnosticadas todos os anos, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
“Globalmente, é o sexto tipo de câncer mais comum e a terceira principal causa de morte por câncer. Antigamente, acreditava-se que o câncer de fígado ocorria principalmente em pacientes com hepatite viral ou doença hepática relacionada ao álcool. No entanto, hoje, as crescentes taxas de obesidade são um fator de risco crescente para o câncer de fígado, principalmente devido ao aumento de casos de excesso de gordura ao redor do fígado”, explica o oncologista Ramon Andrade de Mello, do Centro Médico Paulista High Clinic Brazil, em São Paulo.
Metrópoles
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