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Policial

Polícia pede prisão de mulher suspeita de envolvimento na morte de ex-delegado-geral de São Paulo

Ruy Ferraz Fontes foi executado após sair da prefeitura de Praia Grande; mulher teria levado uma das armas usadas na emboscada.

Por Redação

18/09/2025 às 07:49 | Atualizado em 18/09/2025 às 07:50

Ruy Ferraz Fontes - Polícia Civil de São Paulo / Divulgação

Ruy Ferraz Fontes (Foto: Polícia Civil de São Paulo / Divulgação)

A Polícia Civil pediu à Justiça a prisão temporária de uma mulher suspeita de ter levado um fuzil usado na execução do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes de Praia Grande para São Paulo. A suspeita prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na noite desta quarta, 17. A identidade dela não foi revelada, o que impediu que a reportagem localizasse a sua defesa.

Também nesta quarta-feira, familiares de dois suspeitos de participar da emboscada, que terminou com a morte de Fontes, foram ouvidos e liberados pela Polícia.

“Os trabalhos em campo para localização e prisão da dupla continuam, e os objetos apreendidos durante o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, na Capital e na Grande São Paulo, estão em análise pericial”, disse a Secretaria da Segurança Pública do Estado.

Linhas de investigação

A força-tarefa criada para investigar o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes apura a ligação de um líder do PCC que deixou um presídio federal há um mês com o crime. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes na área da segurança pública.

A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou retaliação por sua atuação na prefeitura de Praia Grande (SP), onde era secretário de Administração. Não é descartada, porém, nenhuma linha de investigação.

Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.

Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.

Ferraz Fontes foi perseguido pelos criminosos após sair do trabalho, na prefeitura, e colidiu contra um ônibus na tentativa de escapar dos bandidos.

Conforme os investigadores, as imagens mostram que a execução foi feita por um grupo treinado: três criminosos saíram do carro, armados com fuzis, para assassinar Ferraz Fontes, e outro bandido ficou no automóvel, para dar retaguarda.

O veículo do ex-delegado-geral, um Fiat Argo preto, não era blindado. Um dos carros usados pelos criminosos foi encontrado depois, mas havia sido queimado.

Estadão Conteúdo

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