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Brasil confirma mais uma morte por intoxicação por metanol em bebida alcoólica

Bruna Araújo de Souza, de 30 anos morreu após ficar internada depois de tomar vodca com suco de pêssego.

Por Redação

07/10/2025 às 09:32

Jovem de São Bernardo é internada após consumir vodca - Reprodução; e Adobe Stock

Jovem de São Bernardo é internada após consumir vodca (Foto: Reprodução; e Adobe Stock)

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, no Grande ABC, confirmou na segunda-feira (6) a morte da jovem Bruna Araújo, de 30 anos, que estava internada em estado grave após ingerir vodca com suco de pêssego. Segundo a prefeitura, a jovem morreu em decorrência da bebida adulterada com metanol.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Bruna morreu após a adoção de um protocolo de cuidados paliativos, em decisão tomada pela equipe médica em conjunto com a família.

A administração municipal afirmou, em nota, que a paciente “recebeu a melhor assistência possível” e manifestou solidariedade aos familiares e amigos.

"O óbito da mulher de 30 anos é o único caso confirmado de contaminação. A administração se solidariza com amigos e familiares e reforça que enquanto esteve internada, a paciente recebeu a melhor assistência possível", diz nota.

Segundo a prefeitura, a Vigilância Epidemiológica de São Bernardo do Campo recebeu 78 notificações de suspeita por contaminação de metanol até esta segunda-feira (6).

"O óbito da mulher de 30 anos [Bruna Araújo] é o único caso confirmado de contaminação [em São Bernardo do Campo]."
O estado de São Paulo tem 15 casos confirmados de intoxicação por metanol e 164 em investigação, incluindo seis mortes suspeitas, de acordo com novo balanço divulgado pelo governo no início da noite desta segunda-feira (6).

A morte de Bruna é o terceiro caso confirmado com laudo e confirmação de ingestão de bebida adulterada, mas não consta no boletim do governo do estado, que havia sido divulgado antes da confirmação por parte da Prefeitura de São Bernardo.

Protocolo morte cerebral

Na sexta (3), o hospital havia aberto protocolo de morte cerebral para a paciente, segundo a prefeitura.

O protocolo de morte cerebral reúne uma série de exames e procedimentos cujo objetivo é confirmar ou não a perda completa e irreversível das funções cerebrais, ou seja, a morte de fato. Para isso, os médicos precisam fazer, obrigatoriamente:

Dois exames clínicos que comprovem a ausência de percepção e a falta de funcionamento do tronco encefálico;

Teste que confirme ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima; e

Exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica.

Bruna Araújo de Souza estava hospitalizada no Hospital de Clínicas de São Bernardo desde a manhã do dia 29 de setembro após ser transferida já entubada por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade.

O metanol é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até a morte.

A polícia esteve na distribuidora que teria feito a venda da bebida que Bruna consumiu no bar. Na delegacia, ele negou ser o único fornecedor.

Segundo a família, Bruna chegou a receber o "antídoto" para o metanol e passou por sessões de hemodiálise.

O namorado de Bruna também foi internado em outra unidade de saúde, segundo familiares.

Sintomas após o show

De acordo com relatos, Bruna esteve com amigos em um bar de São Bernardo para assistir a um show de pagode no domingo. Ela consumiu bebidas à tarde e à noite, mas apresentou sintomas apenas no outro dia.

"Estava feliz, se divertiu. Mas no dia seguinte teve náuseas, vômito e visão turva", contou a amiga Gabriela Damasceno.

Na manhã seguinte, a jovem começou a passar mal e foi levada para atendimento médico.

G1

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